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Mundo do Cinema, by Jr. Schutt Costa . 25/04/2013

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“UPSTREAM COLOR” ***

Um homem prepara um antídoto biológico, e de repente, ataca uma mulher usando nela a experiência que desenvolvera. O estado dela é de alerta e submissão total, hipnotizada dentro de uma adrenalina esquizofrênica passiva. Ele revela-se um ladrão, conseguindo arrancar dela todos os bens financeiros, aproveitando-se de sua reação sonâmbula.

A fórmula expira, e então a vitima, traumatizada, encara as consequências da falência, desemprego, abandono, das quais não compreende, já que não consegue recapitular o que aconteceu. Essa sensação de incerteza e confusão, permeia a narrativa fantasmagórica desa ficção científica romântica, despertando a mesma reação da protagonista sobre o espectador. Em seu segundo esforço diretorial, diretor Shane Carruth, cria uma atmosfera inquietante, onde dificilmente esclareçe-se o conteúdo, mas seduz com uma estética que parece um pesadelo sensual, uma combinação dos mundos de Cronenberg e Lynch, apresentando originalidade na elaboração de conectar imagens instigantes e poeticamente melancólicas, causando espanto e fascínio. Carruth mostra conhecimento autoral no uso da montagem, enquadramentos e som, concebendo um mosáico precioso que reflete o prazer de apreciar arte de forma geral.

No momento em que volta a sí, Kris permaneçe fora da realidade, agora lidando com os sintomas de uma cirurgia realizada com gênes de porcos, manuseada pelo próximo personagem masculino que cruza seu destino, um cientista que vive isolado, estudando os animais, e os sons da terra. Em seguida, Kris conheçe o elegante e misterioso Jeff, durante uma viagem a trem, desenvolvendo um relacionamento complicado, levantando ainda mais perguntas para o quebra-cabeça complexo, onde tudo é na verdade, um perigoso labirinto, repleto de reviravoltas e situações constrangedoras, causando um impacto inesperado.

Sem dúvidas, a estrutura é de difícil compreensão, mas o processo além de inquietante, é também uma viagem sedutora ao subconsciente, observando os limites entre sonho e realidade, apoiado pelo charme do romance mais inusitado da temporada, construído através de imagens simbólicas sobre vida e morte.

(Em cartaz no Elinor Bunin Monroe Film Center, Lincoln Center, 144 W 65th Street, NYC)

ÁRVORE DA NATUREZA HUMANA

Após o sucesso de “Tree of Life”, diretor Terrence Malick, prossegue investigando a natureza humana, e seus conflitos em “TO THE WONDER”, onde Ben Affleck é o porta-voz das emoções, dividido entre a responsabilidade no relacionamento com uma imigrante, e a tentação de reviver um romance da juventude. Com elementos e linguagem huminitária que aborda família e religião, Malick parece estar concebendo uma trilogia sobre as origens da humanidade e sua evolução. (No Walter Reade, Visite www.filmlinc.com)


Social Press . 25/04/2013

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