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Políticos em campanha buscam redenção de escândalos sexuais em Nova York

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A campanha para as eleições municipais de Nova York, marcadas para 5 de novembro, vem ganhando manchetes nos jornais americanos nas últimas semanas não tanto pela importância da votação, mas por conta da entrada na disputa de candidatos envolvidos em escândalos sexuais no passado.

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No último dia 7, o ex-governador do Estado de Nova York Eliot Spitzer anunciou sua candidatura ao cargo de “comptroller”, responsável por fiscalizar as finanças da cidade. Spitzer, de 54 anos, casado e com três filhas, renunciou ao governo do Estado em 2008, pouco mais de um ano após assumir o cargo, depois que seu nome foi ligado a uma rede de prostituição.

O então governador, eleito em parte graças ao histórico de tolerância zero com prostituição quando era procurador-geral do Estado, foi identificado como o “cliente número nove” de uma agência de acompanhantes de luxo.

O anúncio da candidatura de Spitzer ocorreu apenas semanas depois que o ex-deputado federal Anthony Weiner decidiu ser pré-candidato à prefeitura de Nova York (as primárias para decidir quem serão os candidatos ocorrem em setembro).

O democrata de 48 anos ficou famoso em 2011 quando uma foto sua de cueca, com uma aparente ereção, foi publicada no Twitter por engano. A imagem era destinada a uma mulher com quem mantinha um relacionamento extraconjugal online.

Weiner, casado com uma assessora da então secretária de Estado, Hillary Clinton, inicialmente mentiu, alegando que sua conta no Twitter havia sido invadida. Mas acabou admitindo o caso e sendo obrigado a r enunciar ao cargo na Câmara dos Representantes(equivalente à Câmara dos Deputados).

As duas candidaturas foram recebidas com surpresa e críticas. “Os nova-iorquinos, assim como todos os cidadãos, merecem campanhas políticas sérias”, disse o jornal The New York Times em editorial nesta semana.

“Mas entre Anthony Weiner, o ex-congressista que enviava mensagens de cunho sexual, e o cliente nove (nome dado a Spitzer na investigação federal sobre o serviço de prostitutas que ele usava) e a autointitulada madame que comandava aquele serviço de prostituição e agora diz que vai concorrer contra seu ex-cliente, o palco está armado para uma farsa de verão”, diz o texto.

O jornal se refere a um fato irônico: Kristin Davis, a dona do serviço de prostitutas que levou ao escândalo envolvendo Spitzer, anunciou que também pretende concorrer à vaga de fiscal de contas de Nova York.

A disputa eleitoral na cidade tem sido alvo de piadas por conta do passado recente dos candidatos. O comediante Jay Leno disse em seu programa de TV, The Tonight Show, da rede NBC, que a escolha do novo “comptroller” será difícil para os eleitores. “Um está envolvido com a profissão mais degradante de todos os tempos, a outra comandava uma casa de prostituição”, brincou, referindo-se a Spitzer e Davis.

Segunda chance

Mas analistas afirmam que Spitzer e Weiner podem acabar recebendo o perdão dos eleitores. Eles citam outro caso recente de redenção nas urnas, do republicano Mark Sanford, ex-governador da Carolina do Sul.

Em 2009, Sanford caiu em desgraça quando veio à tona seu relacionamento extraconjugal com uma jornalista argentina. Quatro anos depois, conquistou uma vaga na Câmara dos Representantes. “Tenho esperança de que haverá perdão, e eu estou pedindo isso”, disse Spitzer em entrevistas nesta semana. “Espero ganhar uma segunda chance de trabalhar para você”, afirmou Weiner no vídeo de lançamento de sua candidatura, em maio.

Antes dos escândalos, ambos eram considerados estrelas em ascensão no Partido Democrata. O nome de Spitzer chegou a ser mencionado como possível “primeiro presidente judeu” dos EUA. Weiner era cotado na época para ser candidato à prefeitura de Nova York. Agora, desde que anunciou sua candidatura, Weiner vem subindo nas pesquisas e já aparece empatado com a até então favorita, a presidente da Câmara de Vereadores, Christine Quinn, na disputa pela vaga do prefeito Michael Bloomberg, que deixará o cargo após seu terceiro mandato.

Apenas três dias úteis após anunciar a candidatura, Spitzer também já aparece à frente na preferência dos democratas, com 42%, segundo pesquisa encomendada pelo jornal The Wall Street Journal e pela NBC. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, indica ainda que 67% dos democratas dizem que ele merece uma segunda chance.

Em uma análise sobre a disputa, o colunista Richard Cohen, do jornal “The Washington Post”, disse que os americanos estão se tornando “excessivamente franceses” em relação ao sexo, em referência à fama dos europeus de não dar tanta importância à vida pessoal de seus políticos. “Escândalos que costumavam encerrar carreiras agora apenas as interrompem”, diz Cohen.


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