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EUA, Reino Unido e França buscam opção fora da ONU para justificar ação na Síria

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Os EUA e seus aliados avaliam opções além do dividido Conselho de Segurança da ONU para legitimar uma ação militar contra a Síria, tentando construir uma justificativa coesa para um ataque e obter amplo apoio internacional.

siria

Os EUA , o Reino Unido e a França deixaram claro acreditar que o governo de Bashar al-Assad esteve por trás de um recente suposto ataque mortal com armas químicas nos arredores de Damasco, afirmando que isso pede uma mudança da resposta internacional.

É quase certo que isso demanda agir sem a aprovação do conselho, onde a Rússia e a China consistentemente usaram seu poder de veto para impedir uma ação mais forte para o conflito de quase dois anos e meio. Isso também significaria agir bem antes de inspetores de armas químicas da ONU na Síria entregarem uma avaliação se o tal ataque aconteceu.

Apesar da possibilidade de outro veto da Rússia e da China, o Reino Unido disse que apresentará nesta quarta uma resolução ao Conselho de Segurança da ONU condenando o governo sírio pelo suposto ataque.

Em Genebra, o enviado especial da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, disse que qualquer ataque tem de ter a aprovação do Conselho de Segurança. A tarefa em mãos para qualquer coalizão liderada pelos EUA para uma ação militar será conseguir apoio de organizações internacionais importantes fora da ONU.

Um caminho pode ser persuadir a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a se envolver ou mesmo liderar uma operação militar. Isso ajudou o governo de Bill Clinton (1993-2001) a projetar legitimidade na guerra do Kosovo no fim dos anos de 1990 apesar de o Conselho de Segurança, com forte oposição da Rússia, nunca ter permitido a campanha de bombardeios contra Belgrado, disse Ken Pollack, um especialista em questões político-militares no Brookings Institute.

“De forma muito famosa, a guerra do Kosovo não foi legal”, disse Pollack. “Apesar disso, não se veem pessoas correndo por aí e gritando que ela foi ilegal. O motivo é que os EUA fizeram um bom trabalho em construir uma justificativa.”

Uma coalizão liderada pelos EUA provavelmente invocará uma doutrina internacional conhecida como “Responsabilidade de Proteger”, que declara que a comunidade internacional tem um obrigação de agir para evitar crimes contra a humanidade não importa onde tenham acontecido, disse Stephen Biddle, um especialista em política militar e externa dos EUA na Universidade George Washington. Biddle apontou que a doutrina está sendo cada vez mais vista como algo que supera a necessidade de respeitar a soberania de um país. “As duas vias naturais (para uma ação militar) são a ONU e a doutrina da responsabilidade de proteger”, disse.

Um empurrão para o apoio internacional ganhou força na terça, quando a Liga Árabe pareceu apoiar uma ação militar, depositando a culpa pelo suposto ataque químico no regime de Assad e conclamando o Conselho de Segurança a concordar com medidas “dissuasórias” contra aqueles que cometeram “esse crime hediondo”.

Com pouco apetite entre os americanos para mergulhar em outro conflito no Oriente Médio, o governo Obama avalia atacar a Síria de forma limitada . O objetivo não seria uma mudança de regime – como foi o caso no Iraque -, mas pressionar a Síria por suas violações de tratados internacionais de armas químicas, disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney.

Obter o envolvimento da Otan não é certo: a coalizão militar requer consenso para uma ação desse tipo, e há sinais de relutância. Catherine Ashton, a chefe de política externa da União Europeia, disse que o apoio do Conselho de Segurança para o uso da força contra a Síria continua “extremamente importante”.

Isso levanta a questão sobre se os EUA e seus aliados, se decidirem lançar um ataque militar, tentarão conseguir a aprovação da ONU. Pollack disse que forçar os russos e os chineses a votar “não” poderia ajudar a persuadir países relutantes. “Você demonstra que tentou e, esperançosamente, isola os russos ao fazê-lo”, disse. Por outro lado, se muitos membros do Conselho de Segurança aderirem ao “não”, poderia prejudicar a impressão de um forte apoio internacional. “Poderia ser constrangedor”, disse Pollack.


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