Um esquema ilegal de venda de ingressos nesta Copa do Mundo que faturava até R$ 1 milhão por jogo foi desvendado com a prisão de 11 suspeitos no Rio de Janeiro e em São Paulo. De acordo com a reportagem do jornal “Folha de São Paulo”, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio suspeitam da participação de membros da CBF, FIFA e federações de futebol da Argentina e Espanha.
A quadrilha era liderada pelo argelino Mohamadou Lamine Fofana, de 57 anos, e vinha sendo investigada havia três meses. A polícia chegou a interceptar ligações do líder para a Granja Comary, local de concentração da seleção brasileira. “Suspeitamos que alguém repassasse a ele os bilhetes depois da desistência dos jogadores. Estamos apurando”, disse o promotor Marcos Kac, ao jornal.
Segundo a apuração, o esquema de venda de ingressos acontece desde 2002. Por meio de escutas telefônicas e filmagens, descobriu-se que a quadrilha usou empresas como fachada para obter os bilhetes de diferentes formas para revendê-los por mil euros (R$ 3 mil). As entradas poderiam ser destinadas à CBF e federações de Argentina e Espanha.
O esquema teria até ligação direta com a FIFA. A entidade distribuiu 700 ingressos para cada federação cuja seleção está em campo. A CBF recebeu uma carga de 30 mil por ser sede da Copa do Mundo. Lamine passava horas no telefone com a FIFA. O argelino usava um carro com credencial da entidade, tinha contato com jogadores e ex-jogadores de diferentes países. A polícia estima que eles pretendiam faturar R$ 200 milhões neste Mundial. A reportagem da Folha procurou as entidades envolvidas, mas não conseguiu retorno. Os 11 presos da quadrilha podem pegar até 18 anos de prisão.
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