Um dissidente do Estado Islâmico afirmou, em entrevista exclusiva à emissora Sky News que todos os reféns que são executados em frente às câmeras já haviam “encenado” a situação diversas vezes antes.
Diante de muitos ensaios, os reféns não sabiam exatamente quando iam morrer e já faziam seus discursos mais “relaxados”. Eles também eram enganados pelos captores.
“Não se preocupe, não tem nenhum problema e não será perigoso para você”. De acordo com o entrevistado, identificado por Saleh pela emissora, sua função no grupo era tranquilizar os reféns e afirmar que suas vidas não estavam em risco, mesmo sabendo que todos eles seriam mortos.
Outra estratégia do grupo para tranquilizar os reféns, segundo Saleh, é de rebatizar os ocidentais com nomes árabes, de forma que eles se sintam “entre amigos”. Kenji Goto, jornalista japonês que foi executado em janeiro, era chamado pelos militantes de Abu Saad.
O depoimento de Saleh endossa reportagens que já foram publicadas na mídia americana. A hipótese de que as mortes eram “ensaiadas” já havia sido levantada por oficiais americanos, segundo uma matéria publicada na ABC News.
No ano passado, o New York Times também afirmou que esse tipo de prática tinha sido empregada com James Foley. O jornalista, que foi sequestrado na Síria em 2012 foi a primeira morte a ser atribuída a Jihadi John, um britânico que aderiu à facção.
De acordo com a entrevista exibida pela Sky, o britânico é o único membro do Estado Islâmico que tem autorização para matar ocidentais. A reportagem afirma ainda que o número de estrangeiros no grupo é massivo: 70% dos combatentes seriam de fora da Síria, contra 30% de locais.
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