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Léa Campos: Brasil Feminino é Tri

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A felicidade de ver nossas meninas subir no pódio em Toronto para receber o ouro e a mascotinha do Pan-Americano é algo para não esquecermos. Marcaram 4 gols contra a Colômbia que tinha as mesmas chances do Brasil. A ironia se fez presente nessa decisão: os dois países  que menos apoiam suas meninas no futebol brigaram pelo ouro.
O governo e os cartolas que mandam em nosso futebol precisam olhar com
profissionalismo essa meninas, faz falta aporte financeiro, condições de
trabalho, local para treinar, não podemos mais aceitar que algumas jogadoras
façam seus treinos atrás do volante de algum ônibus como vem acontecendo.
Se os jogadores homens recebem todo apoio, por que não fazem o mesmo pelo feminino? Medo?
Não contamos com Marta no Pan, porque o clube pelo qual ela joga não deu
autorização para ela viajar para o Canadá, jogou no Mundial, mas não esteve
no Pan, se nossa estrutura fosse outra, certamente ela estaria jogando no
Brasil e ganhando o que ganha lá fora, e estaria mais perto de sua família.
Já foi a época em que os machos brasileiros diziam que futebol é para
homens, estamos no século XXI e não aceitamos esse tipo de desculpa.
Nossa diferença é mínima, é apenas física, mas no resto somos iguais, e
muitas vezes superamos os homens. Quantos homens com mais de 35 anos ainda jogam futebol no Brasil? Formiga está com 37 e como não participa em
noitadas como os machos gostam de participar, poderá jogar o próximo
mundial. Ela é um exemplo em todos os sentidos.
Somos Tri no futebol feminino em Pan e a masculina? Os atletas deuses do
futebol brasileiro buscam o ouro em Pan-Americano desde 1987.
Já não temos medo de ninguém, não entramos em campo para aprender o que
outras seleções jogam, temos nosso próprio estilo, temos nossas meninas que
são desejadas por muitas equipes em todo o mundo.
Se os dirigentes de nossos clubes fossem um pouquinho inteligentes, menos
machistas, e que não ficassem apenas pensando como ganhar dinheiro sem fazer nada, dedicariam um pouco de atenção em tudo que o ocorre no futebol feminino.
Como novidade poderiam ganhar com elas mais do que ganham com o masculino que está uma vergonha.
Não foram as árbitras que nos ajudaram a pendurar a medalha de ouro no
peito, pelo contrário, em algumas oportunidades até nos prejudicaram, as
meninas ganharam pela garra, pela determinação e pelo desejo de bem
representar nosso país.
São merecedoras de nosso respeito e de todas as honras possíveis, não basta
recebê-las em palácio para que as fotos e  vídeos sejam usados em campanhas eleitoreiras, elas precisam e merecem muito mais apoio real, não apenas falatórios.
Só não somos as maiores do mundo por incapacidade dos mandatários do
esporte no Brasil e do próprio governo.
Não somos as maiores, mas somos as melhores por luta própria.

Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação.
Léa Campos

www.leacampos.com
www.millenniumfutbolfemenino.com


Social Press . 30/07/2015

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