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Riscos e sintomas da síndrome de Guillain-Barré, outra doença associada ao zika

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Guillain-Barre

A OMS declarou emergência de saúde pública internacional pelos casos de microcefalia em áreas com surto da zika, mas o órgão também reconhece que há “indícios consistentes” do aumento de casos da síndrome de Guillain-Barré em regiões afetadas pelo vírus.

A síndrome de Guillain-Barré é uma doença do sistema nervoso de caráter autoimune, ou seja, ocorre quando as defesas do organismo são mais intensas do que o necessário e passam a atacar partes do corpo. Pode afetar pessoas de qualquer idade, especialmente adultos mais velhos e o risco de morte associado à doença é inferior a 10%.

Trata-se de uma reação rara a agentes infecciosos como vírus (que pode ser a zika) e bactérias. Os principais sintomas são fraqueza muscular e paralisia dos músculos. Pode apresentar graus diferentes de agressividade: de fraqueza muscular leve à paralisia total dos membros.

A doença afeta os nervos periféricos, que conectam o cérebro à medula espinhal, responsáveis por enviar comandos de movimento para o resto do corpo, daí os sintomas musculares.

Manifesta-se quando o sistema imunológico começa a produzir anticorpos contra a bainha de mielina, revestimento isolante que garante o funcionamento dos nervos. Danos a essa estrutura comprometem a capacidade de movimentação e a sensibilidade diante do calor, dor, texturas e outras sensações.

A OMS reconhece a coincidência “espaço-temporal” entre surtos da zika à incidência da síndrome, mas diante da escassez de dados ainda não estabelece um vínculo direto entre as doenças.

A recomendação por enquanto aos países afetados pela zika é o aumento da vigilância a essa e outras síndromes neurológicas, como encefalite, meningite e síndrome de Fisher.

A relação entre a síndrome a a infecção por zika foi detectada pela primeira vez na Polinésia Francesa, durante o surto do vírus entre 2013 e 2014.

Naquela ocasião, 74 pacientes com zika apresentaram também sintomas neurológicos ou autoimunes, e 42 (56,7% do total) foram classificados como Guillain-Barré.

No Brasil, a relação entre Guillain-Barré e zika foi confirmada no ano passado após investigações em Pernambuco, que como outros Estados do Nordeste apresentou aumento atípico de casos da síndrome.

A Guillain-Barré não era uma doença de notificação compulsória no Brasil, então não há dados nacionais sobre a ocorrência da síndrome.

O governo monitora a situação pelos registros de internações e atendimentos ambulatoriais relacionados à doença, que revelaram aumento nos casos no ano passado em relação a 2015.

No entanto, segundo o ministério, não é possível estabelecer se esses casos foram causados pela infecção por zika, e a ocorrência de Guillain-Barré relacionada ao vírus continua sob investigação.


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