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Léa Campos: O que Aprendemos?

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Os desafios foram vencidos, pelo menos parcialmente. Como tudo no mundo, não existe perfeição quando o homem é responsável pelo sucesso total, afinal somos humanos e por isso mesmo sujeitos a erros.

Num momento difícil para nosso país, em meio a um julgamento de impeachment contra a presidente do país, com nossa economia pelo chão, inflação descontrolada, e mil problemas sociais, ainda conseguimos passar uma imagem positiva para o mundo que nos visitou no Rio de Janeiro.

Infelizmente tivemos alguns problemas não apenas estruturais, como também de cunho moral.

Dois atletas foram detidos por estupros às camareiras da Vila Olímpica, o que é creditado ao que algumas de nossas mulheres passam para o mundo, como exemplo basta ver o caso da estudante que passou a noite com Bolt e colocou na internet, por casos como este, alguns pensam que estamos todas à disposição deles e a verdade não é essa.

Uma ovelha negra não pode destruir as mulheres sérias, que são muito mais que essas que usam o corpo como instrumento de trabalho.

O caso de nossa atleta Ingrid, cujo calor hormonal a levou a expulsar sua colega de rotina e de  quarto para que tivesse sua noite de orgia com o atleta canoeiro, foi feio e a falta de respeito não tem justificativa, tirar a colega do quarto foi o pior que poderia acontecer, entretanto não houve punição por esse comportamento, não pelo fato dela ter se relacionado sexualmente com outro atleta, mas sim o desrespeito com a colega.

Somos vistos no mundo como um país violento, com assaltantes por toda parte, com armas e em algumas ocasiões usando farda de nossos militares.

Neste evento em especial, como aconteceu no Mundial de 2014, os delinquentes brasileiros respeitaram os eventos não atuando com violência como é usual, principalmente no Rio de Janeiro.

Dita fama levou o atleta Lochte a inventar uma história, que está custando caro para ele, até o momento já perdeu quatro patrocinadores, e o COI e o Comitê Olímpico Americano estudam uma punição que poderá ser até sua exclusão de futuras competições.

A história inventada de que ele e seus três companheiros de nado foram assaltados por ladrões que usavam farda, e que foram roubados com uma arma apontada, foi desmascarada pelos que investigaram o caso.

Segundo os outros três nadadores, eles pararam no posto de gasolina para usar o banheiro, e quebraram o que conseguiram, diante disso, os seguranças do posto os obrigou a deitar no piso e pediram que pagassem pelo que fizeram, como tentaram deixar o local, os empregados do posto usaram a arma para se impor.

O protagonista do filme, covardemente retornou para os Estados Unidos deixando os colegas em dificuldade embarcados nas mentiras inventadas por ele. Vândalo e covarde.

Este filme passará à história sob o título de: “O assalto do fantasma”.

Estamos felizes pelo vôlei de praia e de quadra, pela Rafaela e por outros atletas que colocaram nossa bandeira no pódio, merecem e precisam de mais apoio.

Nosso futebol feminino, mesmo sem ganhar medalha, merece a medalha da humildade e da luta, o sonho não foi realizado, mas a luta continuará.

A nota falha fica mais uma vez por conta do futebol masculino, com espírito de vingar os 7×1 entraram em campo como se fossem justiceiros.

A medalha de ouro é sim importante para os vencedores, era um título que ofuscava a muitos por não a ter, mas é só isso, porque nem mesmo um troféu físico existe para ser mostrado a futuras gerações.

Neymar foi o destoante da festa, infringindo as determinações do COI, que proíbem manifestações religiosas no evento, colocou na testa sua faixa 100% Jesus, mas não atuou como alguém que realmente o tem no coração, dita faixa é apenas um enfeite, uma forma de chamar atenção para ele. Insultou a torcida, proferiu frases desnecessárias, como “Vão ter que me engolir”. Engolir por quê? Pela medalha ele vai receber meio milhão de reais, então porque teremos que o engolir?

Dizer que vingaram os 7×1 é uma utopia, naquele jogo ficamos fora da disputa por mais um mundial em casa, o jogo olímpico é um futebol de juvenis, logo a vergonha de 2014 segue como um fantasma cravado no peito de todos que se iludiram com o hexa naquela data.

Que outro título realmente importante ele ajudou o Brasil a conquistar? Ah, sim, a Copa Confederações em 2013 com oito participantes: Brasil, México, Itália e Japão (grupo A) Espanha, Uruguai, Nigéria e Taiti, (grupo B), não pretendo desmerecer o título, mas esta competição é apenas para testar o país para o evento maior no ano seguinte.

A pretensão dele é imitar Zagallo, e em imitação ele sim, é um mestre. Imita Pelé com a paradinha, imitou com o corte de cabelo ao estilo “moicano” marca registrada do verdadeiro Rei do futebol brasileiro e outra mais.

Quando Zagallo se sagrou Tri Campeão Mundial ele disse: “Vão ter que me engolir” e o engolimos com a alma e com o coração.

Mario Lobo, foi Campeão Mundial em 1952 e 1962 como jogador, verdadeiro tri – campeão em 1970 como técnico, tetracampeão em 1994 e medalha de bronze nas Olimpíadas de 1996.

Neymar se acha herói olímpico pelo gol feito e pelo pênalti cobrado, mas o verdadeiro herói é Weverton, sem dúvida ele é o dono do título olímpico, não fosse o pênalti defendido por ele a história poderia ter sido outra.

É preciso levar em conta que outros quatro jogadores marcaram para o Brasil, logo o mérito não pode ser apenas dele.

O dinheiro compra quase tudo, porque humildade não se compra em loja, por isso Neymar apesar de milionário, desconhece este dom.

Pelé é quem é porque nem mesmo o milésimo gol matou sua humildade, nem mesmo ter recebido uma coroa e o título de Rei do Futebol do mundo em 1966 outorgado pela Rainha da Inglaterra, o fez posar de grande, recebido por diversos mandatários no mundo todo, nada o fez perder seu maior dom: a humildade.

 

 

Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação. 

Léa Campos


Social Press . 25/08/2016

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