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Léa Campos: Paraolimpíadas

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Cresci ouvindo que o Brasil é um país rico, que o petróleo é nosso, que temos as maiores riquezas minerais, enfim, que o nosso país é um paraíso.

Em partes concordo, temos tudo isso, mas nosso maior bem é depreciado pelo governo e pelos que são responsáveis pelo esporte em nosso país. 

Se é para promover um jogador famoso, uma modelo, ou qualquer tipo de pessoa que aumenta o ranking das emissoras televisivas, eles abrem todo espaço possível.

Recentemente vivenciamos as Olimpíadas Rio 2016, onde fizeram uma linda abertura que recebeu elogios de várias partes do mundo, alguns chegaram a duvidar de que estejamos atolados até o pescoço em uma crise econômica e moral sem precedentes.

Como é costume, após as Olimpíadas, o país que a promoveu recebe também a Paraolimpíada, e é o que está ocorrendo neste momento em nosso país.

Não vimos nada sobre a abertura da mesma, nossas emissoras de TV não tiveram a sensibilidade suficiente para destacar dito evento, apenas algumas emissoras pagas estão divulgando alguma coisa, assim mesmo as emissoras radiofônicas não falam nada, a mídia ignora as Paraolimpíadas com o mesmo entusiasmo que ignoram o futebol feminino.

É uma lástima que chamem nossos participantes e os demais que nos visitam de aleijados.

Não senhores jornalistas, eles são atletas e como tal devem ser respeitados, participam de todas as competições iguais aos que são chamados “normais”. Participam de competições tais como: futebol, basquete, vôlei, arremesso, saltos, natação, lutas, enfim em todas as modalidades.

Temos atletas com deficiência visual, sem as pernas, sem braços, mas que possuem uma destreza mental inigualável, possuem uma sensibilidade que a maioria de nossos jornalistas jamais possuirão.

Para os que insistem em ignorar esses jovens que sonham como todo jovem, têm uma deformação incurável: a falta de respeito.

Apenas para lembrar: o Brasil já ganhou mais medalhas nessa disputa do que os olímpicos na anterior, estamos no 6º dia da competição e estamos em quarto lugar no quadro das medalhas.

Temos que abrir espaço e reconhecer que estão representando o país com muita dignidade e respeito.

Basta de discriminação, somos todos iguais perante as leis, somos todos iguais aos olhos de Deus.

 

Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação.

Léa Campos


Social Press . 15/09/2016

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