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Léa Campos: Exemplos

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Frequento estádios desde que me fiz adita ao futebol, sendo o “Mineirão” o meu preferido, como não poderia ser diferente.

Como jornalista tive a oportunidade de conhecer vários estádios de norte a sul e de leste a oeste do Brasil, bem como em outros países onde apitei futebol, e em outros apenas para assistir algum jogo.

Me lembro em 1976, quando Pelé jogava no Cosmos, onde nosso “Capita” (Carlos Alberto Torres) também jogou, e outros famosos na época, eu acompanhava, não apenas aqui em New York como em outros estados, era nostálgico rever nossos ídolos em campo.

Nos Estados Unidos, os americanos naquela época, não tinham o mesmo entusiasmo de hoje, iam aos jogos, torciam, mas eram frios em suas manifestações, apenas aplaudiam.

Com o passar do tempo tudo mudou.

A última vez que estive no “Mineirão” quando levei meu esposo para conhecer nosso estádio, a convite da Rádio Itatiaia fiz os comentários sobre a arbitragem, o que me emocionou e me causou muita alegria.

O que me entristeceu e me assustou naquela tarde, foi ouvir os gritos dos torcedores, com chavões ofensivos aos adversários e aos árbitros.

A frase preferida era, ” son of a bitch” em português evidentemente.

O último encontro entre México e Estados Unidos, em Columbus, nos deu tremenda aula de civismo e educação.

Nem mesmo os insultos do presidente recém-eleito e seu fatídico muro foram capazes de interferir no comportamento dos mexicanos.

Todos os torcedores americanos com a bandeira de seu país e seus chapéus exóticos, deram um colorido e uma beleza diferente ao estádio.

Do lado dos mexicanos não foi diferente, bandeiras sombreiros e ponchos faziam a diferença.

Entretanto o mais bonito foi o comportamento das duas torcidas, não houve brigas, nem ofensas, de ambos os lados, nem mesmo quando os locais gozavam com os 2×0 que era uma constante a favor dos americanos, não foi suficiente para tirar os mexicanos do sério.

Não houve palavrões, o respeito foi a tônica dos dois lados, ninguém rasgou ou queimou bandeiras de um e outro selecionado.

Por que é tão difícil para o brasileiro se comportar com respeito e decência sem ofender a quem quer que seja?

Será que por demonstrar má educação seremos mais famosos?

A bandeira americana, que cobriu todo o gramado, necessitou de mais de 100 pessoas para enrolá-la e carregá-la depois dos hinos dos dois países.

Para ser médico, engenheiro, professor, ou exercer qualquer profissão se necessita estudo, para ser educado se necessita dos ensinamentos dos pais, e cabe a cada um de nós cultivar os valores passados por nossos pais.

Será que chegaremos a este nível algum dia?

 

Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação.

Léa Campos


Social Press . 17/11/2016

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