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Léa Campos: Lento Como Tartaruga

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Cristiane, que no momento joga no PSG, além de titular de nossa seleção de futebol, medalhista de prata Olímpica, disse que enquanto no Brasil se discute o futuro do futebol feminino, os demais países crescem.

Concordo plenamente com ela.

A FIFA está obrigando a todos os clubes profissionais brasileiros a criarem a categoria feminina.

É bom lembrar que na década de 80, tão logo foi liberada a prática do futebol feminino no Brasil, quase todos os clubes criaram a categoria.

Em Minas, por exemplo além dos três grandes da capital, tínhamos o Democrata de Valadares, o Guarani de Divinópolis e Tupi de Juiz de Fora.

Nos outros estados o futebol feminino começou forte e aos poucos foi morrendo, o mesmo acontecendo em Minas Gerais.

Quem sonhava com esta categoria, e aí me incluo, perdeu o ânimo por falta de interesse das entidades.

Na Copa Léa Campos, por exemplo, eu pagava o trabalho dos árbitros e auxiliares na tabela dos campeonatos amadores, o que pesou muito, pois não tinha patrocinadores.

Agora a FIFA sai com uma ordem de obrigatoriedade da criação do futebol feminino em seus respectivos clubes, sob pena de não participarem do brasileirão bem como das competições sul-americanas.

Ocorre que estamos no nascimento do ano de 2017 e os clubes terão até 2019 para cumprir a lei.

Não creio que haja necessidade de tanto tempo porque essa categoria já existiu, logo é apenas ressuscitar o que foi criado na década de 80.

Cristiane tem toda razão, se discute muito sobre o mesmo, sem resultado, é preciso mais ação.

Para mencionar o desinteresse dos mentores de dito esporte no Brasil, a goleira do América, único clube com estrutura de futebol feminino, está enfrentando um problema.

Foi convocada pela seleção brasileira, e terá que negociar suas faltas com o empregador, ela trabalha numa empresa em Belo Horizonte, se não conseguir pagar as faltas quando regressar da seleção, as mesmas serão descontadas no salário dela.

Isso é um verdadeiro absurdo, se não houvesse tanto descaso e tanta mesquinharia o resultado seria outro.

Se já foi determinado pela entidade máxima do futebol, o próximo passo é colocar em prática.

Ou que os clubes sejam mais honestos e menos enganadores e digam à FIFA que não estão dispostos a cumprir a ordem.

Quando chegar 2019 dirão que somente no próximo ano poderá haver uma competição.

É muita enrolação.

 

Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação.
Léa Campos


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