Um médico de Santos fez parte da equipe que tirou um tumor de 2,5 quilos do rosto de uma menina brasileira de três anos, nos Estados Unidos. O cirurgião buco-maxilo-facial Celso Fernando Palmieiri Jr. está há 10 anos em terras americanas e, ao saber do caso, fez de tudo para ajudar a menina a voltar a ter uma vida normal. Ele conta que curar uma brasileira com os recursos americanos trouxe satisfação e alegria, ainda mais estando bem longe do seu país.
Palmieri mora há quase dez anos nos Estados Unidos. Ele fez uma entrevista para trabalhar no hospital LSU Health Shreveport. Aprovado, mudou-se com a esposa e os três filhos para Shreveport, no estado de Louisiana. Em 2016, ele conta que estava lendo notícias na internet quando se deparou com o caso da menina Melyssa Delgado Braga, de Guarulhos. Desde um ano e dois meses, ela lutava contra um tumor agressivo, que atingia cabeça e pescoço.
“Eu comecei a ler e ver que poderia ajudar a menina. Meu chefe tem bastante experiência com tumores grandes e raros. Mandei uma foto dela para ele e vi se poderíamos ajudar no tratamento. Ele falou que sim e me deu o ok para atender”, conta o médico em entrevista. A equipe que trabalha com Palmieri é composta por médicos especialistas em tumores grandes e em pescoço e cabeça, sob o comando do professor e presidente do Departamento de Cirurgia Oral e Maxilofacial do Centro de Ciências da Saúde Shreveport da LSU, Dr. G. E. Ghali.
Além da cirurgia, o hospital ofereceu um apartamento para que a família se hospedasse durante todo o período em que Melyssa ficasse nos Estados Unidos. Todo o tratamento oferecido pelo hospital custaria, aproximadamente, entre US$ 300 e 500 mil.
Melyssa viajou com os pais e um irmão no dia 9 de dezembro para os Estados Unidos, onde foi submetida a uma série de exames e passou pela cirurgia no dia 20 de dezembro.
De acordo com o médico, o tumor foi removido e parte da mandíbula também teve que ser retirada, onde foi colocada uma placa de titânio. Após a cirurgia, Melyssa ficou internada no Hospital LSU. A menina ficou sob os cuidados médicos nos Estados Unidos até o fim de janeiro, quando retornou ao Brasil com os pais e com o rosto reconstituído. Segundo Palmieri, a cirurgia foi bem-sucedida e o tumor foi retirado com uma margem de segurança. A menina pode ter uma vida normal e alguns cuidados para que não tenha quedas ou algum trauma na região da mandíbula.
Para ele, que continua nos Estados Unidos, a cirurgia poderia ser feita no Brasil porque há médicos cirurgiões e estruturas hospitalares preparadas para isso. Porém, poder realizar uma cirurgia deste porte e melhorar a vida de uma brasileira em terras americanas foi uma grande experiência.
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