EsportesNotícias

Golear? Nada disso! Galo precisa “aprender a ganhar de 1 a 0” para melhorar números

0

Fala a verdade, não tem nada mais prazeroso do que ver uma goleada do time do coração, né? Aquela vitória por três, quatro, cinco gols de diferença, incontestável, com sobras, é excelente. Enche o time de moral, deixa a torcida feliz e cria respeito nos adversários. Mas, cá entre nós, no fim das contas, ela vale o mesmo tanto que uma vitória simples, por um mísero 1 a 0. E esses resultados – pequenos, mas valiosos – são importantíssimos para qualquer time. O Galo está no caminho para compreender isso.

Em 2017, o time de Roger Machado fez 36 partidas até aqui. Empatou oito vezes – em quatro deles, esteve à frente do placar, atacou muito buscando uma vantagem maior e acabou deixando espaços na defesa e sofrendo o gol da igualdade. Dois outros empates foram por 0 a 0, e em apenas dois o Atlético-MG buscou o resultado. Em relação às derrotas, foram oito. Em duas delas, o Atlético-MG esteve à frente, teve chances para ampliar, mas acabou sofrendo a virada – contra Paraná e Caldense. Vitórias foram 20.

É bem verdade que o atleticano está acostumado com um time extremamente ofensivo, especialmente em casa. No Horto, nos últimos anos, o estilo do Galo foi “sufocar” o adversário do início ao fim, independentemente do resultado positivo ou não, justo ou dilatado. Era o “Galo Doido”, intenso do primeiro ao último minuto. Aparentemente, essa é a hora de deixar essa característica de lado em prol dos resultados a longo prazo.

“Está desesperado para fazer mais gols”

Cazares, titular do Atlético-MG desde o ano passado, dá a dica e o lembrete óbvio, mas necessário: 1 a 0 também vale três pontos e, muitas vezes, faz a diferença no fim da temporada. – Sempre que a gente está ganhando, a gente fica desesperado. Ganhando de 1 a 0, a gente quer fazer cinco gols. A gente não gosta de ganhar de 1 a 0. Faz um, quer fazer mais três, quatro. (O time) está desesperado para fazer mais gols. Aí deixa o time desprotegido, o pessoal de trás sozinho. Temos que aprender também a ganhar por 1 a 0, fechar bem, lutar sempre. Outros times também sabem jogar, sabem atacar bem. Quando estamos ganhando, temos que fechar, correr um pouco mais e manter o 1 a 0, 2 a 0. Para a gente é bom, o que importa é ganhar.

Questionado se o “apreço pelo 1 a 0” vem do treinador, o equatoriano garantiu que existe essa conversa com a comissão, mas que a necessidade parte principalmente dos jogadores. – É com a gente mesmo. Eu mesmo gosto de fazer um, dois, três gols. Robinho também gosta, todo mundo. Gostamos de fazer cinco gols. Quando a gente sai muito, a gente deixa buraco, quer matar o jogo fazendo cinco gols. Eu gosto, mas a gente tem que aprender a ganhar por 1 a 0. Eu não gosto, mas com 1 a 0 você ganha. Perdemos alguns jogos por 1 a 0, temos que aprender a ganhar esses jogos também. A gente está trabalhando, treinador fala isso, mas é mais com a gente mesmo. Temos que aprender a “aguentar” esse resultado.

Gabriel, zagueiro revelado no Atlético-MG e titular de Roger Machado, concorda. Ele lembrou das partidas que o time tinha a vantagem e, na tentativa de aumentar o resultado, acabou sofrendo gols. – A gente conversa muito sobre isso. 1 a 0 ou 3 a 0, os três pontos valem o mesmo tanto. Depende muito do jogo. Às vezes, você está com 1 a 0 no placar, atacando muito, mas o segundo gol não sai. Você fica um pouco mais exposto e acaba sofrendo o empate ou a virada. Temos conversado muito sobre isso, estamos buscando essa consciência, para jogar próximos e defender o resultado que construímos.


Thiago Neves vive fase de goleador e entra na briga pela artilharia no Cruzeiro

Previous article

Saiba porque carvalhos e castanheiras salvaram pequeno sítio do incêndio em Portugal

Next article

You may also like

Comments

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.

More in Esportes