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São Paulo como centro nervoso do tráfico internacional da cocaína

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Entre os principais países produtores de cocaína da América Latina e a Europa, onde consumidores podem pagar caro pela droga, existe uma central logística, uma espécie de centro nervoso da rota internacional do tráfico de drogas: São Paulo. É do mais rico estado brasileiro que poderosos traficantes, muitos deles moradores dos bairros mais caros da capital paulista, controlam o escoamento de toneladas de drogas,  que chegam ao Velho Continente. Todas as substâncias que saem do Brasil passam obrigatoriamente pelo Porto de Santos, que é o maior da América Latina, segundo a Polícia Federal. Os agentes interceptaram 5,9 toneladas de entorpecentes desde agosto de 2016 e deflagraram na segunda-feira a Operação Brabo, que expediu um total de 127 mandados de prisão — 120 preventivas e sete temporárias. Até o final da tarde 75 pessoas suspeitas haviam sido presas, 73 delas em São Paulo, uma em Minas Gerais e outra em Brasília.

As organizações criminosas adquiriam cocaína de países como Bolívia, Colômbia e Peru e empregavam vários meios para enviar várias toneladas de drogas até o Brasil. Uma vez no país, eram estocadas na cidade de São Paulo e de lá seguiam em caminhões, carros ou vans para o Porto de Santos, onde funcionários agiam para facilitar a entrada dos entorpecentes. Eles eram colocados em containers com outros carregamentos enquanto seguranças e fiscais faziam vista grossa, como mostra as imagens divulgadas pela PF. As drogas também podiam embarcar quando o navio já estava em movimento, içadas de lanchas para dentro do cargueiro com a ajuda de tripulantes. A cocaína chegava na Europa com 95% de pureza, segundo os delegados responsáveis.

Entre os presos estão 28 funcionários do Porto de Santos, terceirizados ou não, além de membros de diversas organizações criminosas — entre elas o Primeiro Comando da Capital, PCC — que atuavam tanto no Brasil quanto na Europa. Muitas delas se associavam de acordo com as necessidades. Os mandados de prisão, segundo a PF, englobam não apenas os pequenos traficantes que escoavam a droga, mas também as lideranças que desfrutavam das benesses do dinheiro do narcotráfico. Sem entrar em números, a corporação afirma que a maioria dos suspeitos vive em São Paulo, alguns em imóveis luxuosos ou mansões da capital. A Polícia divulgou um vídeo de uma casa no bairro de Alphaville que um dos suspeitos pretendia comprar. Entre os bens bloqueados, a maioria em São Paulo, estão mais de 50 imóveis e 100 veículos, dentre os quais 23 foram apreendidos em São Paulo.

Os 190 mandados de busca e apreensão de segunda e os 127 mandados de prisão ocorreram em Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e, principalmente, São Paulo. As investigações começaram no ano passado após a Drug Enforcement Administration, agência norte-americana de combate ao tráfico de drogas, notificar a PF de que carregamentos de drogas apreendidos no exterior, em países como a Rússia, estavam partindo do Porto de Santos.


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