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Revista Fortune: sem imigrantes, EUA perderiam quase metade de suas 500 maiores empresas

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A Fortune 500, famosa seleção das maiores companhias nos Estados Unidos por receita total, teria que mudar de nome se desconsiderasse a participação de negócios fundados por imigrantes ou por sua segunda geração.

O ranking, nesse caso, teria de se chamar Fortune 284, aponta estudo do Center for American Entrepreneurship, CAE, um think-tank sediado em Washington.

O estudo estima que 216 (43%) das companhias listadas na edição 2017 do ranking da revista de negócios Fortune foram implantadas por imigrantes ou seus descendentes. Isso inclui pesos pesados, como Google e IBM.

De acordo com os pesquisadores do CAE, a incidência de fundadores de empresas que são imigrantes de primeira ou segunda geração é consideravelmente maior entre as maiores companhias da Fortune 500 – representando 52% das 25 principais empresas e 57% das 35 maiores.

As conclusões foram apresentadas a vários congressistas americanos dos dois lados da Câmara, Republicanos e Democratas, numa tentativa de combater uma série de medidas com restrições à imigração implementadas pelo presidente Donald Trump, especialmente a decisão de acabar com o programa Dreamers.

Ian Hathaway, diretor de pesquisa do CAE, não hesita em ressaltar que a manutenção do programa Dreamers e medidas como a criação de vistos especiais para empreendedores imigrantes têm mais do que um aspecto simplesmente humanitário.

“A partir de uma perspectiva humanitária, o dano é óbvio – nós podemos estar destruindo famílias e enviando crianças e jovens adultos para países com os quais eles têm pouca ou nenhuma conexão. Mas há certamente um impacto econômico. É provável que em duas ou três décadas, essas 800 mil crianças e jovens adultos fundem dezenas de milhares de companhias americanas – alguns poderão até ir parar na Fortune 500.”

A pesquisa do CAE mostra que a maioria dos 216 negócios de imigrantes ou de sua segunda geração está no setor de alta tecnologia (43), seguida de varejo e finanças ou seguros (26). Mas elas estão representadas em cada ramo de negócio na Fortune 500, incluindo a produção de automóveis.

A Ford, por exemplo, é vista como uma das empresas que são a cara dos EUA. Mas seu fundador, Henry Ford (1863-1947), era na verdade filho de pai irlandês e de mãe nascida como filha mais nova de imigrantes belgas.

Essas origens, porém, podem não surpreender, dado o enorme fluxo de imigrantes que se mudaram para o Novo Continente no século 19.

Outro caso é o da gigante da aviação Boeing, fundada por Wilhelm Boeing, filho de imigrantes alemães e austríacos.

E o Facebook, apesar da associação imediata e óbvia com Mark Zuckerberg, teve o empreendedor e investidor brasileiro Eduardo Saverin como cofundador.

Mas a lista da Fortune mostra que o fenômeno ainda está em andamento. Um exemplo é a Tesla, líder na revolução dos carros elétricos, que é uma iniciativa do imigrante sul-africano Elon Musk. Outro caso é o de Sergey Brin, um dos criadores do Google, que nasceu em Moscou, em 1973, mas imigrou para os Estados Unidos com sua família quanto tinha seis anos de idade.

Assim, os programas que protegem os imigrantes mais jovens seriam ainda mais cruciais, já que o estudo mostra que quase uma em cada quatro empresas da lista Fortune 500 (24,8%) foi fundada por um filho de imigrante.


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