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O destino incerto dos pequenos detidos que migram para os EUA: sedados e espalhados pelo país

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Donald Trump cedeu: e na esteira da enorme onda de indignação causada pela imagem das crianças migrantes separadas de seus pais e trancadas em galpões ou gaiolas assinou uma ordem executiva: que a partir de agora aos centros de detenção enviará famílias inteiras. Incluindo, é claro, os pequeninos, que ficarão com as mães sim, mas na prisão por tempo indefinido. A aplicabilidade da nova decisão tomada pelo presidente Trump e duramente criticada pelo USA Today, segundo o qual o ato de aparente clemência de The Donald serve apenas para trazer a atenção sobre ele.

Explica o New York Times que, para colocar realmente fim à prática de separar as famílias, será preciso enfrentar os obstáculos legais e práticos. Primeiro, porque os juízes federais poderiam se recusar a dar à administração Trump a autoridade de manter as famílias sob custódia encarceradas por mais de 20 dias, que é o limite atual devido a uma ordem do tribunal datada de 1997. Depois, porque a ordem assinada por Trump não enquadra de forma alguma a decisão: onde e sob quais condições serão mantidas as famílias?

As condições em que as crianças são mantidas sabe-se pouco: os jornalistas não podem visitar os centros onde são mantidos, a maioria deles privados. Na noite da última terça-feira, circularam notícias inquietantes: como a criação dos “tender age shelters“, ou seja, crianças com menos de 5 anos. Uma notícia de provocou até mesmo a comoção, ao vivo na televisão, de uma das mais famosas âncoras da MSNBC, Rachel Maddow: ela não conseguiu concluir a leitura da folha que continha a informação, um comunicado emitido pela Associated Press, que lhe foi entregue por um colega enquanto estava no ar. Depois acabou por desculpar-se no Twitter divulgando o texto completo, onde se falava de “salas cheias de bebês em lágrimas”. Não é só: um jornal local, o Texas Tribune, revela que em alguns dos centros foram administradas injeções de sedativos às crianças pequenas. Uma prática nada nova – teria sido introduzida cerca de um ano atrás – mas que nestes últimos meses, de acordo com uma ação coletiva impetrada em abril, foi usada em doses maciças.

Enquanto isso, o prefeito de New York, Bill de Blasio, denuncia a presença de um centro de detenção em Manhattan: o Cayuga Center do Harlem, localizado entre Park Avenue e a 131ª avenida, onde estão atualmente alojadas 239 crianças, incluindo um menino de 9 anos que chegou a pé sozinho de Honduras e um bebê de 9 meses. “Como é possível que nenhum de nós soubesse sobre a presença de 293 crianças justamente aqui no coração da nossa cidade? Como é possível que o governo federal tenha escondido toda a informação aos nova-iorquinos, tentando nos impedir de oferecer às crianças a ajuda de que elas precisam? Sejam honestos: diga-nos quem elas são, de onde vêm e do que precisam. O que está acontecendo aqui?” trovejou ele.

A denúncia do deslocamento das crianças do Texas para o resto dos Estados Unidos são, inclusive, as próprias companhias aéreas. A American Airlines e a United pediram ao governo federal que parasse de usar seus voos para transportar as crianças. Os comissários de bordo disseram que vêm trabalhando em um estado de forte estresse, assistindo ao desespero de crianças carregadas à força nas aeronaves.


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