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O americano-brasileiro que fez mais pelas crianças enjauladas nos EUA do que o governo Temer

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O filho de um capoeirista do Rio de Janeiro fez sozinho o que o governo Temer não ousou por covardia e inépcia.

Antar Davidson de Sá defendeu três irmãos brasileiros separados da mãe numa das jaulas para imigrantes ilegais nos Estados Unidos.

Às vezes o herói é simplesmente aquele que faz a coisa certa.

Nascido na Califórnia, cientista político, Antar trabalhava num dos abrigos administrados pela empresa Southwest Key em Tucson, no Arizona.

Ele conta que pediu demissão depois de uma determinação que se recusou a cumprir.

“Diga a eles que não podem se abraçar!”, ordenaram-lhe, referindo-se a dois meninos, de 16 e 10 anos, e sua irmã de 8.

Eles foram isolados da mãe e acabavam de saber que teriam de ficar em alas diferentes por causa da idade e do gênero, relatou Antar à BBC.

“Como ser humano, não posso fazer isso”, respondeu.

O cenário que pintou é de horror puro, digno de campos de concentração nazistas.

Eles choravam copiosamente enquanto agentes gritavam ordens em espanhol, idioma que não entendem bem.

Como Antar fala português, foi convocado para explicar a política do “toque zero” (tudo vira um slogan idiota).

“Então eu falei ao mais velho: ‘Eu sei que a situação é difícil, mas é importante que você seja forte pelos seus irmãos mais novos’”, afirma.

“Ele me olhou com lágrimas nos olhos e disse: ‘Como que eu posso ser forte numa situação como essa? Eu não sei onde a minha mãe está. Eu não sei o que fazer pela minha irmãzinha. Eu não sei quanto tempo vamos ficar aqui’.”

A chefe chegou gritando.

“Eu a olhei nos olhos e respondi que sentia muito, mas não poderia fazer o que ela me pedia. Se eu ficasse lá (no emprego), continuariam a me pedir para fazer coisas que são imorais segundo os padrões globais, não apenas meus”, afirma.

A mãe dele, Karen, é repórter do San Francisco Chronicle.

Antar acabou dando entrevista a todas as grandes redes americanas, com a exceção óbvia da Fox.

Já tem um novo emprego.

Os três irmãos, cujo nome ninguém sabe, continuarão anônimos.

Por um breve momento, foram confortados por um ser humano e isso pode mudar tudo em suas vidas.

 


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