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Brasileiros investem mais de R$ 1 bilhão em um ano em imóveis em Portugal

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A onda de investimentos brasileiros em Portugal disparou nos últimos anos e, em 2018, caminha para um novo recorde, segundo fontes do setor e dados levantados pela BBC News Brasil. A intensidade e os efeitos da efervescência são medidos a partir de diversos indicadores, incluindo o aumento nos preços dos imóveis, considerado um “problema” socioeconômico em Portugal.

Apesar disso, a certeza é que a ebulição “verde e amarela” não dá sinais de arrefecimento. Em uma tabela do Banco Central do Brasil na qual cerca de 40 países aparecem no mapa de “bilhões” que residentes brasileiros têm em imóveis no exterior, Portugal figura em segundo lugar no ranking. Essa é uma forma que usam para legalizar a permanência em solo português, são os chamados vistos D7, concedidos a aposentados ou titulares de rendimentos próprios, que ganham status de residentes e isenção de tributação sobre esses rendimentos ou pensões obtidas fora de Portugal, desde que já tenham sido tributados no país de origem.

Os analistas não acreditam que a decisão do Consulado-Geral de Portugal em São Paulo de suspender até 2 de janeiro o recebimento de novos pedidos de vistos vá atrapalhar a movimentação dos investidores. A suspensão foi anunciada em 18 de outubro em virtude da forte procura pelo serviço. A sobrecarga estava alongando os prazos de análise na unidade – a que recebe o maior fluxo de requerentes em toda a rede consular portuguesa, segundo informações do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e do Consulado paulista.

Neste ano, de janeiro a setembro, a quantidade já se aproximava de 6 mil, com uma alta de 34% ante o mesmo período de 2017 puxada principalmente por vistos de estudo (61% do total). Não foi informado quantos na fila são de investidores. De olho ou não nesses vistos, empresários, profissionais liberais, aposentados e famílias brasileiros aceleram os desembolsos. A maioria tem origem justamente em São Paulo, mas moradores de estados como Rio de Janeiro e Pernambuco também avançam. Entre as ruas de Lisboa, o destino mais cobiçado e caro, eles miram prédios ou palácios muito antigos e retrofitados, ou seja, com a fachada histórica mantida, mas internamente reformados, modernos e normalmente mobiliados.

Opções de imóveis prontos ou na planta, para morar ou empreender, também têm sido cada vez mais buscadas por investidores no Porto, onde o “ticket de investimento” é mais baixo, assim como em Cascais, uma vila com praias no entorno de Lisboa. São as chamadas operações de sale and leaseback, “feitas por empresários ultra bem sucedidos” em que na prática compram prédios comerciais, como um supermercado, e os arrendam para a mesma rede que era dona do imóvel. “O investidor compra e no ato já assina contrato de arrendamento. São contratos em moeda forte, de longo prazo, com grandes empresas. Isso tem atraído muito”, diz Gustavo Morais, da Direct Imóveis. Outro ímã apontado nesse mercado são os preços abaixo dos registrados em outras capitais europeias. O que é cobrado pelo metro quadrado chegou a cair em mais da metade em algumas áreas. Os brasileiros são a maior comunidade estrangeira em Portugal, com 85.426 “cidadãos residentes” até 2017. O número avançou 5,1% em relação a 2016, invertendo a tendência de diminuição que existia desde 2011.

 


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