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Técnica brasileira que usa órgão suíno é esperança para fim da fila de transplante de rim

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A possibilidade de reduzir ou mesmo acabar com a fila de transplante de órgãos no Brasil pode se tornar uma realidade por meio do xenotransplante. Assim é chamado o transplante de órgãos entre duas espécies diferentes, neste caso o Sus scrofa domesticus e o Homo sapiens, porco e homem.

“Os órgãos dos suínos são muito semelhantes aos de humanos, mas se fossem transplantados hoje seriam rejeitados. A ideia é modificá-los para que se tornem compatíveis com o organismo humano”, diz Mayana Zatz, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e pesquisadora responsável pelo estudo.

Segundo a geneticista, que apresentou a pesquisa durante o evento FAPESP Week London , realizado recentemente na capital da Inglaterra, três genes que provocam a rejeição são bem conhecidos. Desativando-os por meio da técnica de edição gênica conhecida como Crispr-Cas9, é possível fazer com que o sistema imunológico humano não rejeite os órgãos.

O soro do sangue desses porcos será testado com o de pessoas que estão na fila de transplante de rim, a fim de verificar a presença de anticorpos que possam rejeitar os órgãos suínos na população brasileira.

As amostras fazem parte da soroteca do Laboratório de Imunologia do InCor, dirigido pelo médico Jorge Kalil, professor da Faculdade de Medicina da USP e um dos responsáveis pelo projeto. Atualmente, mais de mil amostras de soro de pacientes candidatos a transplante de rim que têm rejeição a qualquer rim humano compõem a soroteca.

O projeto é coordenado pelo professor Silvano Raia, da Faculdade de Medicina da USP. Ele foi o primeiro médico a realizar um transplante de fígado com doador cadáver na América Latina e o primeiro transplante com doador vivo no mundo.

Simultaneamente, Kalil e a professora Maria Rita Passos-Bueno, do IB-USP e também pesquisadora do projeto, vão desenvolver novos protocolos de acompanhamento de futuros pacientes transplantados, a fim de monitorar no sangue o surgimento de anticorpos que possam causar rejeição.

A fase inicial do projeto tem duração prevista de três anos e prevê ainda compatibilizar aspectos éticos, religiosos e legais do xenotransplante, pela criação de uma cátedra sobre o assunto no Instituto de Estudos Avançados.


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