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Imigração: Brasil negociará com EUA isenção de vistos para brasileiros, diz ministro

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A medida seria uma contrapartida à decisão unilateral, ou seja, sem a exigência de reciprocidade, que será anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro, em sua visita a Washington.

“O governo brasileiro se prepara para negociar com os Estados Unidos o fim da exigência de vistos para cidadãos brasileiros que visitam para aquele país”, informou nesta sexta-feira o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em entrevista à Rádio Gaúcha. A medida seria uma contrapartida à decisão unilateral, ou seja, sem a exigência de reciprocidade, que será anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro, em sua visita a Washington, de liberar o ingresso de americanos, canadenses, australianos e japoneses no Brasil.

— No momento, queremos fazer esse caminho de lá para cá, em benefício de nosso mercado de turismo. A isenção de visto para esses quatro países pode gerar uma receita adicional de vários bilhões de reais — afirmou Araújo. Ele disse que, além da isenção de visto, a ideia é conversar com autoridades americanas sobre o tratamento dado a brasileiros que entram nos EUA. Há vários casos em que, mesmo com a documentação complemente regular, o cidadão é mandado de volta para o Brasil. — Vamos trabalhar para que isso diminua ao máximo. Vamos manter um diálogo consular, para que não haja discriminação e desrespeito. Os turistas brasileiros estão entre os que mais gastam nos EUA. Tenho certeza que o atual clima político [de aproximação entre os dois presidentes, Bolsonaro e Donald Trump] vai facilitar esse tipo de ação — destacou.

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De acordo com o ministro, os EUA são parceiros naturais do Brasil e foram negligenciados ao longo dos últimos anos. Mas Araújo assegurou que essa aproximação não ocorrerá em detrimento das relações com outros países, como a China. — Queremos parceria com a China, sobretudo na área comercial. Já estou conversando sobre isso com interlocutores chineses. Os chineses concorrem com os americanos em investimentos de infraestrutura no Brasil e achamos bom que haja essa competição. Do ponto de vista estratégico, é desejável trabalharmos em todas as linhas.

Araújo enfatizou que, além dos EUA, o governo brasileiro quer dar prioridade às relações com Israel. Reafirmou que não há decisão sobre a transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém e garantiu que essa parceria com os israelenses será desenhada com todo o cuidado, para não afetar as relações do Brasil com os árabes e muçulmanos em geral. Perguntado sobre a troca de 15 embaixadores, anunciada na última quarta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro, o chanceler informou que todos os postos serão ocupados por diplomatas de carreira. Segundo ele, isso mostra que Bolsonaro confia na atuação do Itamaraty à frente da política externa brasileira.

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Venezuela

Sobre a situação na Venezuela, Ernesto Araújo reafirmou que a posição brasileira é de não intervenção militar. Para ele, Nicolás Maduro não tem mais condições de governar o país e sua saída é questão de tempo. O Brasil reconhece como presidente daquele país o líder opositor Juan Guaidó. — Nossa intervenção é simplesmente diplomática e política. Intervenção militar não está no nosso plano. Está quase começando uma transição democrática na Venezuela, mas ela é mais lenta do que gostaríamos. Porém, o processo é irreversível. Ele também disse que tem grande admiração pelo filósofo Olavo de Carvalho — guru do bolsonarismo antiglobalista — e o deputado Eduardo Bolsonaro, eleito recentemente para a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. — O professor Olavo é um a figura que admiro imensamente no campo das ideias. Com o Eduardo converso com mais frequência. Temos visões bastante comuns sobre Venezuela e EUA, por exemplo.


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