As dificuldades sociais que o povo venezuelano vêm passando comoveram o lateral Edilson. No último dia de atividade antes do jogo contra o Deportivo Lara, no Mineirão, nesta quarta, às 21h30 (de Brasília), o lateral se emocionou durante a coletiva de imprensa no Cruzeiro e foi às lagrimas em um momento da resposta de uma pergunta sobre a força que o adversário ganha para representar bem o país, que vive um momento complicado.
– Primeiro que, quando foi adiado o jogo, fui para casa e fiquei pensando neles, no povo, nos familiares. Fiquei imaginando… Como a gente poderia de alguma forma ajudar o povo venezuelano? Fiquei pensando à noite, como a gente poderia fazer campanha, os jogadores, não só do Cruzeiro, mas de outros times do Brasil, levar quilos de arroz e feijão. De repente lota o estádio, tem 50 mil pessoas. Ai tem o jogo do Flamengo… Como a gente fica chateado com a situação.
Edilson lembrou da família e disse que os jogadores e os países da América do Sul poderiam se unir para ajudar o povo venezuelano a superar esta situação.
– Eu tenho filho, família, e a gente vê a situação muito difícil que eles vivem. Que eles possam encontrar força, que, de repente, nossas autoridades possam ajudar de alguma forma, porque é uma situação muito complicada. Acredito que eles vão encontrar força para jogar, mas nossa concentração, nível de desempenho tem que estar altíssimo, para a gente fazer um grande jogo. Quando a gente está dentro de campo, a gente não pode pensar muito neles, mas sim nossos familiares, que merecem nosso ganha pão, em nosso torcedor, que vai pagar ingresso. Futebol é tão grande, que a gente pudesse nos unir, não só o Brasil, a Argentina, outros países, para que a gente pudesse ajudar o país, nosso coirmão, que está passando por um momento muito difícil – continuou o lateral cruzeirense.
Edilson explicou porque foi às lágrimas na coletiva. Ele lembrou da infância e se emocionou.
– A gente se coloca no lugar. Vim de uma família muito humilde, meu pai faleceu eu tinha sete anos, e minha mãe fez tudo que eu não pudesse passar fome, não faltasse nada em casa. Mas a gente vê não só na Venezuela, como no Brasil, pessoas com dificuldade. Vendo as histórias, os relatos na Venezuela, que eles não tem água, não tem o próprio alimento. Nosso país, nosso futebol é tão grande, gigante, que a gente pode ajudar uma causa tão grande, tão nobre pela situação que eles estão passando.
A Venezuela passa por uma crise econômica, com uma hiperinflação, que acaba afetando a parte social. O país também passa por uma instabilidade política. Por causa destes problemas, inclusive, o Lara não conseguiu chegar a Belo Horizonte para o jogo marcado para o dia 13. A partida teve que ser reprogramada para esta quarta.
A atividade na Toca, nesta terça-feira, foi completamente fechada. O técnico Mano Menezes tem a volta do zagueiro, suspenso na estreia da Libertadores contra o Huracán. Em relação ao jogo contra o Patrocinense, quem volta é o volante Henrique, que estava suspenso no Campeonato Mineiro.
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