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Internacional x Cruzeiro: premiação da Copa do Brasil é alento para finanças dos clubes

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Semifinalistas da Copa do Brasil, Internacional e Cruzeiro chegam ao jogo decisivo da fase, que será realizado nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), no estádio Beira-Rio, não só almejando uma vaga na final, mas também a premiação que ela destinará. Necessitando de recursos para o caixa, para compensar ou, pelo menos, minimizar períodos deficitários, ambos os clubes veem a competição como decisiva para o futuro financeiro. Estar na final garante, pelo menos, R$ 21 milhões, valor destinado ao vice-campeão, sem contar bilheteria e possíveis patrocínios pontuais.

Para as semifinais, as equipes já chegaram com com R$ 12,35 milhões em premiações, com valores acumulados desde as oitavas de final, fase em que ambos entraram, por estarem na disputa da Libertadores. Foram R$ 2,5 milhões nas oitavas, R$ 3,15 milhões nas quartas e R$ 6,7 milhões nas semifinais.A premiação para o clube que conquistar a competição é de R$ 52 milhões.

Além de encerrar um jejum de 27 anos sem títulos nacionais do Inter – o último foi a Copa do Brasil de 1992 –, uma eventual conquista teria impacto positivo também nas contas coloradas. O clube fechou os quatro primeiros meses de 2019 com prejuízo de R$ 33 milhões.

O balanço, aprovado pelo Conselho em abril, foi apresentado à imprensa em meados de junho. Na ocasião, a direção projetou encerrar o ano com déficit de R$ 12 milhões, graças à previsão de receitas com verbas de televisão e negociações de jogadores no segundo semestre.

Mas o que hoje é prejuízo pode se tornar lucro no final do ano, caso o clube chegue à final ou conquiste a milionária Copa do Brasil. O vice-campeão abocanha R$ 21 milhões, e o campeão, mais do que dobro: R$ 52 milhões.

A vaga na decisão também teria um impacto na autoestima do torcedor, após o rebaixamento em 2016 e a retomada nos anos seguintes. A boa campanha na Libertadores terminou em frustração com a eliminação para o Flamengo. Falta um título para coroar o trabalho dos últimos anos.

– É um jogo importantíssimo. Jogo que pode levar o Inter depois de 10 anos para uma final de competição nacional. Um título que o Inter ganhou só uma vez, 27 anos atrás, então para nós é um jogo decisivo. O Beira-Rio a gente já sabe que vai estar lotado novamente, aquele caldeirão, torcedor junto, torcedor que nos apoiou mesmo após a desclassificação para o Flamengo. Entende o momento do clube. Agora é trabalhar, quarta vai ser um jogo muito difícil. Temos que buscar essa vaga para a final – resume o vice de futebol Roberto Melo.

Apesar da dívida total ser menor (R$ 520 milhões, segundo o último balanço financeiro), o Cruzeiro vive situação financeira pior que o Internacional neste momento. O clube passa por uma grave crise administrativa, com membros da diretoria sendo investigados pela Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público, além de irregularidades em negociações de jogadores estarem sendo investigadas pela CBF e chegarem à Câmara Nacional de Resoluções e Disputas (CNRD).

O clube também vem acumulando casos na Fifa, já sendo condenado em alguns, como ocorreu com o uruguaio Latorre, que nunca passou pelo profissional, e cuja contratação custou R$ 18,5 milhões. Outros vêm se arrastando, como os casos do uruguaio Arrascaeta e do atacante Willian, mas que geram dor de cabeça à Raposa. Nos últimos três meses, pelo menos, houve atraso de salários de funcionários e jogadores.Por causa disso, o Cruzeiro teve de vender o zagueiro Murilo ao Lokomotiv Moscou, da Rússia, e o atacante Raniel ao São Paulo.

Um empréstimo de R$ 295 milhões com um fundo financeiro inglês foi buscado, mas, por causa das denúncias de irregularidades apresentadas em 26 de maio, não foi possível contrair o valor que ajudaria a encerrar a dívida a curto prazo (mais de R$ 200 milhões). O clube, ano passado, teve prejuízo de R$ 27 milhões, sendo que seria maior, se não fosse uma “engenharia financeira” com a venda de Arrascaeta.

Apesar de ter aumentado a arrecadação, o Cruzeiro também aumentou os gastos exponencialmente, como mostrou a sindicância apresentada. Em resposta aos problemas estruturais e financeiros, o clube afirma estar promovendo uma reestruturação administrativa, com revisão do organograma e de contratos de dirigentes, por exemplo. A diretoria já publicizou que, se não conseguir ganhar a Copa do Brasil, terá que refazer a engenharia financeira para conseguir fechar o ano e pagar os salários.

Se não erguer o troféu, obrigatoriamente terá de haver uma reformulação para o ano que vem, com a obrigação de diminuir a folha salarial, com a saída de jogadores que têm altos salários e a chegada de atletas de menor custo. E o Cruzeiro sabe o quão bom é conquistar a grande premiação, vide o que arrecadou no ano passado, por exemplo, com a conquista do bicampeonato seguido – R$ 61,9 milhões, entre oitavas de final e decisão.


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