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Impeachment: Quais as chances de Trump ser removido da presidência?

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A semana foi de notícias bombásticas nos Estados Unidos. Faltando pouco mais de um ano das eleições presidenciais de 2020, o presidente Donald Trump, que tentará a reeleição, está envolvido em um escândalo que pode lhe custar a presidência antes da hora.

No centro da discussão, o que seria uma tentativa do presidente de envolver o ex-vice-presidente dos Estados Unidos e um dos pré-candidatos democratas mais fortes, Joe Biden, em um escândalo de corrupção na Ucrânia. Na visão dos partidários o impeachment, Trump estaria tentando interferir no processo eleitoral dos EUA para ganhos próprios, usando, ainda, uma ajuda do governo de 391 milhões de dólares para o país europeu como moeda de troca. O primeiro passo foi dado na última terça-feira (24), quando a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, anunciou a abertura de um processo de impeachment contra o atual mandatário, Trump. No dia seguinte, a Casa Branca divulgou trechos dos telefonemas de Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Agora, caberá aos representantes analisar e decidir se darão prosseguimento ao julgamento político do presidente, que, se aprovado, será realizado pelo Senado. E é justamente neste ponto que a probabilidade de remoção de Trump do cargo de presidente dos Estados Unidos se quase improvável. Isso, é claro, considerando que novas revelações não venham à tona. Segundo estimativas da consultoria Eurásia, as chances de aprovação do processo pela Câmara, é de 75%. A casa é controlada pelos democratas e necessita da maioria simples dos 435 representantes para dar prosseguimento ao impeachment. No Senado, no entanto, controlado pelos republicanos, a consultoria vê como “extremamente baixa” a possibilidade de ele ser considerado culpado, apenas 10%.

Do lado dos americanos, o apoio ao impeachment ainda não é um consenso, mas as pesquisas de opinião que tocaram no tema do impeachment no contexto das denúncias da Ucrânia ainda trazem números preliminares. As sondagens de diferentes institutos de pesquisa mostram que não há apoio absoluto à ideia, mas há uma parcela considerável de pessoas a favor. Uma delas foi conduzida pelo site de notícias HuffPost e a consultoria YouGov, e divulgada na última quinta-feira (26). No levantamento, 47% dos americanos disseram apoiar o impeachment e 39% se manifestaram. As respostas foram coletadas entre os dias 24 e 26, quando as notícias começavam a vir à tona. De acordo com a análise, no entanto, nota-se um aumento na parcela de pessoas favoráveis na comparação com outra sondagem, realizada no início do mês, quando os percentuais eram de 43% e 41%, respectivamente. O matemático americano, Nate Silver, lembra que a maioria das pesquisas de opinião sobre o assunto ainda trazem uma parcela grande de pessoas que disseram que não estão acompanhando as denúncias detalhadamente. Portanto, explicou, números a favor ou contra o impeachment podem mudar à medida em que eleitores absorverem as notícias e os desdobramentos. E isso, é claro, também vale para os congressistas.

Vencedores e perdedor

Para o professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, o episódio da Ucrânia e a abertura do processo de impeachment poderá resultar em dois vencedores e um perdedor: Trump, a senadora de Massachusetts, Elizabeth Warren, rival de Biden na corrida pela nomeação democrata para as eleições de 2020, e Joe Biden. Exatamente nesta ordem. De fato, os efeitos do escândalo da Ucrânia parecem já ter atingido a campanha de Biden. Nesta semana, uma pesquisa conduzida pela Universidade de Quinnipiac mostraram a senadora com 27% das intenções de voto, contra 25% de Biden. Até então, o ex-vice de Barack Obama estava consolidado na liderança. “O maior prejudicado será Biden. Não há dúvidas de que isso irá respingar na sua candidatura e qualquer investigação, ainda que no âmbito do impeachment, será ruim”, avaliou. “Ele ainda não é o candidato democrata e esse episódio pode atrapalhar a sua pretensão e favorecer Warren, cuja ascensão só evidenciou as fragilidades da candidatura do ex-vice-presidente”, concluiu.


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