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Preso no Brasil traficante internacional de imigrantes para os EUA

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Saifullah foi preso em São Paulo na última quinta-feira, 31, pela Polícia Federal, somente no Brasil, entre 2014 e 2019, a organização liderada por Saifullah teria movimentado ao menos US$ 10 milhões, indicou a PF.

Segundo o Departamento de Justiça americano, as acusações contra o bengalês foram apresentadas junto a uma Corte do Sul do Texas. Outros seis presos da Operação Estação Brás são citados em nota divulgada pelo Departamento de Justiça dos EUA – Saiful Islam, Tamoor Khalid, Nazrul Islam, Mohammad Ifran Chaudhary, Mohammad Nizam Uddin e Md Bulbul Hossain. Segundo a PF, o grupo chefiava uma rota clandestina de migração para os Estados Unidos que passava por dez países, além do Brasil, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Honduras, Nicarágua, El Salvador, Guatemala e México.

Para levar pessoas do Sul da Ásia, em especial Afeganistão, Bangladesh, Índia, Nepal e Paquistão até os EUA, a quadrilha cobrava R$ 47 mil. As autoridades americanas indicam ainda que Saifullah Al-Mumun e outros integrantes do grupo acertavam pagamentos no México, América Central, América do Sul e Bangladesh. A PF registrou ainda que Saifullah Al Manun tinha “poder atual e efetivo de corromper agentes públicos brasileiros, tentando trazê-los para dentro de sua associação criminosa”. Entre os elementos encontrados, estão a possível cooptação de um policial civil e o uso de sua viatura para “tráfico de seres humanos”. Ele também teria cooptado agentes de embaixadas de diversos países no Brasil.

Os migrantes saiam de seus países com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo (Guarulhos/Cumbica) e, então, eram recebidos pela quadrilha de Saifullah. Segundo, a PF, ao longo do tempo em que permaneciam em São Paulo, os migrantes ficavam no bairro do Brás, na região central de São Paulo, e sofriam maus-tratos, como cárcere privado, agressões físicas e psicológicas. Depois, os estrangeiros seguiam para Rio Branco (AC), de onde atravessavam a fronteira com o Peru e seguiam de ônibus ou de barco para a fronteira do México com os EUA.

A Polícia Federal destacou as diferentes situações enfrentadas pelos migrantes ao longo do trajeto: “Na região da fronteira da Colômbia com o Panamá, os migrantes atravessam a Selva de Darién, por cerca de cinco a dez dias a pé, enfrentando diversos perigos, como onças, animais peçonhentos e narcotraficantes.” Já na fronteira do México com os Estados Unidos, os migrantes corriam o risco de ser sequestrados pelos cartéis mexicanos. Dentre aqueles que chegam ao destino final, os Estados Unidos, muitos podem ser presos por imigração ilegal. O advogado Henrique Gonçalves Liotti era responsável por pedir o status de refugiado para alguns dos imigrantes, informou a PF. Em um caso monitorado pelos agentes federais, ele declarou o endereço dos interessados como uma rua no bairro do Brás. O endereço, no entanto, era do India Bangla Restaurante Ltda. e Asian Viagens e Turismo Ltda, empresas de Saiful Islam, associado de Saifullah al Mamun no contrabando de migrantes, destacou a PF. O advogado ainda teria atuado em favor de Nazrul Islam, outro integrante do grupo, em oitiva no âmbito da Operação Philotheus, na qual a PF já investigava a prática de contrabando de migrantes. Nazrul e Liotti foram grampeados enquanto tratavam da recepção de alguns dos migrantes em Rio Branco.

 


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