O governo brasileiro foi um dos “vencedores” do prêmio “Fóssil do Dia”, uma premiação simbólica e não oficial que, de forma irônica, destaca países por ações prejudiciais ao meio ambiente. O anúncio foi feito na tarde de terça-feira (3) em Madri, onde as nações do mundo estão reunidas na COP 25, a cúpula do clima da Organização das Nações Unidas (ONU).
Durante a COP, a antipremiação é anunciada mais de uma vez, e é organizada pela Rede Internacional de Ação Climática (CAN). Segundo o anúncio, o Brasil “empatou” com Japão e Austrália. A rede afirmou no Twitter que “o primeiro ‘Fóssil do Dia’ da COP 25 vai para o Brasil por culpar a sociedade civil pelas queimadas na Amazônia, o Japão por seu contínuo vício e expansão do consumo de carvão, o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, por aproveitar um jogo de críquete enquanto queimadas devastavam a Austrália, negando o vínculo delas com a mudança climática”.
Esse é o segundo ano consecutivo em que o presidente Jair Bolsonaro é vinculado ao Brasil no prêmio. No ano passado, quando já havia sido eleito, ele foi reconhecido pelos ativistas por ter se recusado a sediar no Brasil a cúpula que debate mundialmente os problemas do clima. As declarações, do então futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também foram lembradas por declarações sobre aquecimento global em seu blog pessoal. Em 2017, o Brasil, durante a gestão de Michel Temer, também ganhou o destaque negativo por causa de uma medida provisória que propôs reduzir impostos da exploração e produção de petróleo e gás.
COP 25
Começou na segunda (2), a cúpula do clima da ONU em Madri. Nela, representantes de quase 200 países, totalizando quase 29 mil pessoas, participam de debates e articulações até 13 de dezembro. O principal desafio da COP 25 é acelerar o combate às mudanças climáticas. Eventos climáticos extremos no mundo inteiro, como enchentes e queimadas, estão ligados ao aquecimento global causado pelo ser humano, conforme demonstram estudos científicos realizados em diferentes países. Neste ano, o slogan adotado foi Time for Action. Desde 2015, quando foi assinado um grande acordo climático global, o Acordo de Paris, as conferências anuais do clima têm se dedicado a como colocá-lo em prática
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