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Léa Campos: Viemos para somar, não dividir

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jen-welter-AgentDefinitivamente estamos decididas a continuar quebrando tabus e rompendo barreiras. Somos privilegiadas em tudo: podemos fazer tudo que o homem faz e ele não pode fazer tudo que fazemos.

Tentam ser iguais, mas nunca poderão gerar um filho, este milagre é privilégio das mulheres.

Pelo mundo temos mulheres governando, algumas com altivez outras nem tanto, mas de uma ou outra forma quebraram o usual, de que somente os homens são capazes de governar. Algumas provaram que são tão ou mais capazes do que muitos homens, outras não tiveram nada de positivo para mostrar, se perderam em sua própria arrogância.

Sempre que nos apresentamos para exercer determinada profissão somos vistas com desconfiança, nos aprovam com restrições. As profissionais liberais passam pelas mesmas provas dos homens, exercem o mesmo cargo e ganham menos. A 1ª delegada teve que provar muitas coisas para conseguir se impor e hoje vemos, pelo menos no Brasil, várias delegacias chefiadas por uma mulher e com todo respeito que o cargo exige e impõe. Em Belo Horizonte a PM tem uma mulher na chefia, mas não é boneca de gabinete, ela sai, enfrenta os perigos de nosso cotidiano como policial que é.
Em outros trabalhos a desconfiança e o preconceito imperam, quando fiz jornalismo e por paixão incursionei-me no mundo esportivo, primeiramente como repórter de campo, enfrentei meu primeiro obstáculo quando um diretor
de futebol disse que não poderia ser entrevistado nos vestiários porque os jogadores estavam nus. Minha resposta o deixou sem ação: como fazem as médicas para operar um homem que necessita de certo especialista e ela é a
única credenciada em dito hospital?

São picuinhas masculinas, medo de perder espaço, nada mais. Nos EEUU estamos assistindo a uma guerreira quebrar um tabu, entrando para a história num campo que religiosamente era proibido para as mulheres. Falo do futebol americano. A equipe dos Cardeais de Arizona, da  NFL, acaba de contratar uma mulher para ser técnica do time.
Com 37 anos, Jen Welter se apresentou com outras 150 concorrentes sendo escolhida pelo técnico principal Bruce Arians, que já adiantou  que contratará outras mulheres. Minha pergunta é: por capacidade ou para mostrar que somos todos iguais?

A resposta não tem importância, neste momento o que que queremos  mostrar é que estamos conquistando o mundo com nossa inteligência, com nossa sabedoria, com humildade e acima de tudo, com honestidade. Na história de Jen, está plasmado, que ano passado o Texas Revolution, uma equipe que pertence à Indoor Football  League (IFL), a contratou como corredora. Foi histórico, era o  debut da primeira mulher não chutadora,  jogando contra homens à nível profissional,  o que chamou a atenção da imprensa, local e mundial.

Jen foi contratada na temporada seguinte  como técnica assistente, estava dado um grande passo na carreira desta jovem.
Sua vitória a levou a dizer: “É um sonho que nunca tive, e agora é um sonho que outras meninas podem ter”. Sua formação é um mestrado e um doutorado em psicologia esportiva, talvez sua paixão pelo futebol americano vem desde os tempos de estudante, como acontece com a maioria.

Ela recorda: “O Revolution passou de ser uma equipe de dois triunfos a ganhar o campeonato. A estratégia não muda, mas a mentalidade sim”. Como mulher estou orgulhosa e feliz em ver que a cada dia somamos nossos conhecimentos aos que julgavam que queríamos tomar o espaço deles. Viemos para somar, não para dividir!

Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação.

Léa Campos


Social Press . 24/09/2015

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