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Léa Campos: Visibilidade para a Mulher no Skate

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giselle alves paratyComo se fosse pouco os desmandos do governo em nosso país, a insegurança reina sem que haja uma forma de punir o descaso com que tratam o povo, que é responsável pelo pagamento desses que deveriam prover nossa segurança.
O skate brasileiro está de luto.
Giselle Alves foi brutalmente assassinada dia 30 de dezembro em pleno Centro Histórico de Paraty.
Em princípio disseram que ela teria sido assassinada com pancadas na cabeça, entretanto a verdade é outra.
Gisa, como era carinhosamente chamada, foi estuprada de maneira cruel, arrastada pelas ruas de pedra da cidade, onde foi encontrado um chumaço de seus cabelos, além de ter sido espancada.
Espancamentos que desfiguraram seu rosto, concluindo a polícia que a desfiguração foi causada por um objeto cortante, uma marreta ou apedrejamento.
Gisele era uma pessoa fantástica, por onde passou deixou muitos amigos a quem considerava irmãos.
Era uma apaixonada por patinação, esporte que começou a praticar em 2005, nem mesmo as marcas nas pernas, os tombos, os quase atropelamentos pelas ruas de Barcelona, os shapes partidos ao meio, foram capazes de fazê-la desistir de praticar o skatismo.

Giselle alves macbaEra uma mulher que irradiava luz, bastante espiritualizada procurava sempre evoluir, levava o perdão no coração e em sua mochila levava sempre um livro e sua câmera, na qual eternizava seus passos pelo mundo.
Ao terminar o ano de 2014, Gisa disse “Hasta Pronto” a Barcelona regressando a São Paulo.
A saudade da família e dos amigos venceu e Gisa voltou a patinar pelas ruas de sua cidade natal.
Inquieta, resolveu ir ao Rio de Janeiro, conheceu alguns skatistas e resolveu conhecer Paraty.
É bom mencionar que naquela cidade não havia um só praticante de skate e menos um skatepark, até então.
Se apaixonou pela cidade e resolveu ficar, a notícia da construção da primeira pista na cidade foi fundamental para sua decisão de ficar mais algum tempo em Paraty para a inauguração.
A pista foi inaugurada dia 18 do corrente, mas a estrela paulista não brilhou na pista, alguns marginais se incumbiram de tirar a vida da única pessoa que queria apenas mostrar suas destrezas sobre a prancha.
Ainda que a tenham impedido de inaugurar a pista, Gisa não esperou pelo corte da fita inaugural e se divertiu assim que ficou pronta. Já se passaram 21 dias e as investigações estão empacadas como burro de parque.
Somete a partir do dia 11 a imprensa se inteirou do ocorrido, graças a uma página criada no Facebook, a partir daí as notícias fluíram com mais rapidez e cobrança para que seja feita uma investigação para chegar ao assassino.
Membros da família de Giselle estiveram em Paraty, mas o delegado alegou que não podia atendê-los, negando todo e qualquer tipo de informação.
Se inteiraram que não havia laudo no IML, nem checagem das imagens de câmeras, nem o telefone foram checados, demonstrando total incompetência e descaso.
Apesar da negligência houve uma promessa: “Começaremos hoje (12/1) a investigação”, disse a polícia.
Será que Gisa foi assassinada por algum filhinho de papai e que por isso não interessa descobrir quem a matou?
A família e os amigos de Giselle, além dos amantes do esporte, pedem apoio, sem pressão popular nada vai acontecer.
No Brasil atual nada funciona sem pressão popular, estão todos mais preocupados em roubar do que em resolver os problemas que enfrentamos em nosso dia a dia.

O Sonho acaba quando a esperança morre.
Léa Campos


Social Press . 21/01/2016

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