Um time que não leva gol em uma partida tem boas chances de sair vencedor após os 90 minutos. Para isso, uma defesa ajustada e consistente é fundamental. No entanto, essa não vinha sendo uma rotina no Atlético-MG. Os últimos três técnicos do clube tiveram problemas para evitar que a meta alvinegra passasse ilesa nos jogos, fato que não é um problema do Galo desde que Thiago Larghi assumiu a equipe, após a demissão de Oswaldo de Oliveira.
Sob o comando do técnico interino, que completou dez jogos à frente do Galo na classificação contra a URT, no domingo, a defesa do Atlético-MG ficou sem ser vazada em seis partidas (60% dos jogos), com a equipe sofrendo gol em apenas quatro jogos. Essa é a melhor marca entre os últimos treinadores. Roger Machado, por exemplo, que foi campeão estadual em 2017 e teve a melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, viu o sistema defensivo montado por ele conceder gols em 67% dos jogos (foram 29 sofrendo gols e 12 sem sofrer). Rogério Micale, que ficou apenas 13 partidas no comando, teve a defesa vazada em oito confrontos. Já Oswaldo de Oliveira, que virou a temporada e iniciou 2018, sofreu gols em 12 dos 20 duelos em que dirigiu o Galo.
Nas últimas dez partidas, já com Thiago Larghi como técnico, o Atlético-MG sofreu apenas seis gols. O time mudou o estilo de jogo, evitando chutões e dando mais qualidade na saída de bola, desde a defesa até o terço final do campo.
Um dos integrantes do sistema defensivo titular, o zagueiro Gabriel credita a melhora defensiva do Galo à equipe inteira. Com os atacantes ajudando, a bola chega melhor para a defesa evitar os gols.
– Todos nós marcamos e todos nós atacamos. Foi simplesmente isso. Ele cobra muito a marcação dos jogadores da frente e isso facilitou muito para gente. O Thiago vem fazendo um trabalho muito bem feito. Creio que isso nos facilitou muito. Se a gente não tomar gol, com certeza vamos fazer, porque o nosso time é muito bom e muito qualificado. Então esse é um mérito que o Thiago vem colocando para nós e nós estamos compreendendo essa ideia. Em prol do grupo, tudo tá se encaminhando muito bem.
O atacante Erik é um dos responsáveis pelo primeiro combate e ressalta a importância de uma proteção bem feita dos homens de frente. Para ele, a linha ofensiva tem que estar atrás da linha da bola para poder aumentar a proteção defensiva.
– O trabalho ofensivo é muito importante, porque você tem que atacar e sem a bola tem que procurar defender. O futebol está muito competitivo. Hoje não tem essa que atacante vai ficar esperando a bola chegar, você tem que buscar o jogo, tem que voltar atrás da linha da bola para ajudar na marcação. Então esse papel é muito importante, principalmente quem joga pelas beiradas.
Dos seis gols sofridos pelo Atlético-MG de Thiago Larghi, cinco foram como mandante, onde o time, teoricamente, precisa se expor mais para propor o jogo. O único gol sofrido fora de casa foi contra o Tupi-MG.
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