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Aeroporto de BH espera mais um voo com brasileiros deportados dos EUA

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O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, na Região Metropolitana, espera nesta quarta-feira (19) a chegada de mais um voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos.

Segundo o terminal, o avião fretado deve pousar durante a tarde. A Polícia Federal afirmou que são esperados 94 passageiros, que não foram admitidos nos EUA. Este é o quinto voo com deportados a pousar no aeroporto em Confins desde outubro do ano passado, o 4º neste ano. Em outubro de 2019, chegou a Belo Horizonte um primeiro voo, com cerca de 70 pessoas. O desembarque marcou a retomada de uma medida que não era aceita pelo Brasil desde 2006, quando o Itamaraty alterou a política de trato de brasileiros no exterior. O segundo voo aterrissou em janeiro deste ano, com dezenas de brasileiros. O terceiro avião fretado com cerca de 130 deportados pousou no Aeroporto de BH no dia 7 de fevereiro. O quarto voo chegou a Confins na sexta-feira, 14 de fevereiro. Neste voo, dos 80 passageiros, 40 eram crianças e adolescentes. O governo do presidente Jair Bolsonaro tem facilitado a deportação de cidadãos que vivem irregularmente nos EUA, o que representa uma mudança em relação à política de governos anteriores.

Brasil não aceitava voos fretados com deportados desde 2006

A decisão de não aceitar mais o fretamento de aviões veio em 2006 quando, depois de uma CPI que investigou as deportações de brasileiros, o Itamaraty alterou a política de trato de brasileiros no exterior, incluindo aqueles acusados de imigração ilegal. Um diplomata ouvido pela Reuters explica que a decisão de não aceitar mais as deportações em massa veio da necessidade de analisar caso a caso e dar aos brasileiros que vivem nos Estados Unidos, mesmo ilegalmente, a possibilidade de reverter a decisão de deportação – o que muitas vezes acontece quando o cidadão tem filhos norte-americanos, uma estrutura familiar montada e às vezes até negócios.

Essa é a segunda medida tomada pelo governo brasileiro para facilitar a deportação, em concordância com pedidos do governo Trump. Como mostrou a Reuters em agosto, o governo emitiu um parecer autorizando a volta de brasileiros no país apenas com um atestado de nacionalidade. Isso porque a lei brasileira proíbe a emissão de passaportes à revelia do cidadão, o que impedia o governo norte-americano de embarcar os deportados sem que eles se dispusessem a pedir um passaporte. No governo Temer, sob pressão dos EUA, foi feito um acordo para que os consulados emitissem o certificado em alguns casos, mas algumas empresas aéreas se recusavam a aceitar o documento até o parecer do governo brasileiro. Os voos fretados, no entanto, eliminam também esse problema. Não há necessidade de documento para desembarque no Brasil. O número de imigrantes brasileiros presos nos Estados Unidos tentando cruzar a fronteira pelo México aumentou mais de 10 vezes no último ano fiscal norte-americano (outubro de 2018 a setembro de 2019), chegando a 17.900, contra 1.500 no ano fiscal anterior. Em 2019, cerca de 850 mil pessoas de diversas nacionalidades foram presas tentando cruzar a fronteira dos EUA. (G1)


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