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Corrida à Casa Branca: Profunda divisão nos EUA dificulta previsão de resultado eleitoral

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Sarah Lloyd empurra a forragem para alimentar sua vacas leiteiras enquanto seu cachorrinho Pepperoni segue seus passos. Afirma que não votou no presidente Donald Trump em 2016 e que não votará agora, o que a torna um caso atípico no condado rural de Wisconsin, onde mora. A fazenda de sua família está localizada no sopé de uma colina verde no condado de Juneau, distrito que na última eleição deu uma guinada surpreendente depois de votar duas vezes no democrata Barack Obama, apoiando Trump em 2016.

A guerra comercial com a China afetou os agricultores de soja da região, e Lloyd está feliz que Trump tenha liberado bilhões de dólares em ajuda aos agricultores, já que de outra forma muitos teriam falido. “Mas não vou votar em um misógino, racista e fascista”, diz. Tony Kurtz, um representante republicano na Assembleia de Wisconsin, explica que nesta zona as pessoas não votam tanto no partido, mas mais na pessoa. Seu distrito inclui Juneau e também parte do condado vizinho de Sauk, onde Trump venceu por 109 votos, dos cerca de 30.000 votos.

Com Trump 100%

Em pleno calor do verão (hemisfério norte), Kurtz e seu rival democrata participam de um imenso churrasco onde mais de mil galinhas passam pelas brasas para serem distribuídas em um evento beneficente, respeitando o distanciamento social pela pandemia. Esse tipo de cooperação é rara em um país marcado por profundas divisões partidárias.

Kurtz confessa que gostaria que o presidente tuitasse menos, mas não duvida que no dia 3 de novembro votará nele, afirmando que é a melhor forma para o país sair da crise econômica. Para este político, a renegociação dos grandes acordos comerciais internacionais é muito importante, algo que caiu bem entre os agricultores da região.

Alexander Blake Weiland, um ex-militar que se dedica a organizar festivais, compartilha esse diagnóstico. Em 2016, ele se absteve de votar porque não gostou da proposta de Clinton e era muito cético em relação ao “magnata do mercado imobiliário”. “Eu me senti entre a cruz e a espada”, diz o jovem de 25 anos da cidade de Mauston, capital do condado de Juneau, que tem cerca de 4.300 habitantes. Desta vez, não tem dúvidas: “Vou votar em Donald Trump 100%”. O jovem, que em 2012 votou em Barack Obama, disse que antes da pandemia a economia estava “maravilhosa e o desemprego estava muito baixo” e também destacou o acordo entre Israel e os Emirados Árabes Unidos.

Kari Walker, 50 anos, caminha na direção oposta. Junto com seu marido, ela dirige um bar restaurante em Reedsburg, uma cidade de cerca de 9.000 habitantes no condado de Sauk. Por 20 anos votou nos republicanos e em 2016 apoiou um terceiro candidato, pois não achava que Trump tinha a experiência necessária. “Também fiquei horrorizada com a linguagem dele e horrorizada com a maneira como ele trata as mulheres”, explica. Mais de quatro anos depois, sua gestão da pandemia, que deixou mais de 170.000 mortos nos Estados Unidos, parece “péssima”. Atrás de seu bar, Walker confessa que não pode dar a Biden um apoio “entusiástico”, mas que sem dúvida votará nele em novembro. “Acho que há muitas coisas em jogo. Donald Trump foi um presidente pior do que eu imaginava”, sentencia.


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