EsportesNotícias

Análise: apático e inoperante, Atlético-MG perde outra das várias chances que o campeonato deu

0

Na Serrinha, Galo passa quase todo o tempo no campo adversário, mas posse é estéril, postura não condiz com briga pela taça, e três pontos preciosos ficam pelo caminho Botafogo, Bahia, Sport, Vasco, Goiás… Foram vários os tropeços do Atlético-MG contra times inferiores neste Brasileirão. A derrota por 1 a 0 para o Esmeraldino, nessa quarta-feira (veja os lances acima), foi o mais recente deles.

Assim como na maioria dos vacilos, o Galo deixou escapar pontos preciosos por falta de contundência, eficiência, repertório e força no setor mais virtuoso do time de Jorge Sampaoli: o ataque. Faltou tudo isso – e mais um pouco – na Serrinha.

O Galo até começou melhor. Ocupou o campo adversário, controlou as ações e, aos 11 minutos, chegou ao gol de Savarino (anulado pela arbitragem com auxílio do VAR, que detectou impedimento milimétrico). O passe de Vargas e a conclusão do venezuelano marcaram uma das poucas boas jogadas do Galo para furar o bloqueio dos donos da casa.

Fora isso, a equipe mineira teve a bola em quase todo o tempo, mas, com uma ou outra exceção, abusou de toques laterais e “negativos” (para trás), não contou com boas jogadas individuais (Savarino esteve muito apagado, Vargas e Sasha pouco criaram), quase não conseguiu passes em profundidade para quebrar as linhas adversárias e arriscou pouco – e mal – chutes de fora da área. Faltou repertório e, apesar de um susto ou outro, a defesa goiana mereceu sair da partida sem ser vazada.

Mais do que repertório, faltou intensidade. Sampaoli, em sua coletiva pós-jogo, garantiu que não há abatimento nos atletas, mesmo após a derrota. De fato, não parece haver corpo mole ou falta de entrega proposital, mas, por outro lado, a postura não condiz com a de um time que briga por um título que não vem há quase 50 anos. Falta movimentação, falta ousadia, falta força. E, por tudo isso, faltam pontos na tabela neste momento.

Três zagueiros: erro que demorou a ser corrigido
A escalação inicial mostrava um Atlético com três zagueiros em campo. Depois da partida, Sampaoli explicou: montou o time em um 3-1-6, com Gabriel, Réver, Alonso e Allan mais presos à defesa, e todos os outros com responsabilidades ofensivas. A ideia dos três homens na primeira linha era proteger bem o Galo, com superioridade numérica, das bolas longas em direção aos dois centroavantes do Goiás. Foi essa a explicação do técnico argentino, mas, na prática, o Esmeraldino foi a campo com apenas um homem de área: Fernandão. Rafael Moura começou no banco.

Não havia, portanto, necessidade de três zagueiros. E vale destacar: mesmo com a defesa reforçada, o time tomou um gol em falha grave no setor, com Índio, garoto de apenas 1,70m, subindo e cabeceando entre Alonso e Arana.

A ideia inicial se mostrou equivocada e poderia ser corrigida mais cedo. Sampaoli mexeu apenas no intervalo: além de Marrony no lugar de Sasha, Jair entrou no lugar de Gabriel, devolvendo o Atlético a um modelo mais tradicional, com apenas dois zagueiros. O time cresceu, mas seguiu ineficiente, nada criativo e pobre. Com muita dedicação defensiva, o Goiás sustentou a vitória até o apito final. A nota positiva ficou por conta de Diego Tardelli, que jogou pouco mais de 30 minutos e se mostrou interessado e capaz de ajudar nesta reta final de temporada.

Essa foi mais uma das várias oportunidades que o Atlético teve neste Brasileirão. Se vencesse, dormiria a dois pontos do líder Inter, que tem jogo difícil na rodada (contra o Athletico-PR, fora). Não venceu e pode, em caso de vitória colorada, terminar a quinta-feira a oito pontos da posição mais nobre da tabela e a quatro do Flamengo, vice-líder. Só não pode ser ultrapassado pelo São Paulo agora porque o Tricolor teve seu jogo da rodada adiado (contra o Palmeiras, que está no Mundial, no Catar).

O time de Jorge Sampaoli pode terminar esta quinta-feira com chances irrisórias de título brasileiro. E, ao fim da competição, se de fato não for o campeão, não poderá reclamar de falta de chances. Elas apareceram aos montes, mas foram, muitas vezes, ignoradas.

 


Intensidade e busca pelo ataque: Felipe Conceição detalha estilo de jogo que buscará no Cruzeiro

Previous article

Falsos resultados negativos para Covid-19 estão sendo vendidos na Europa

Next article

You may also like

Comments

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.

More in Esportes