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Léa Campos: Antes Tarde do que Nunca

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Minha espera foi de 4 anos para me tornar a primeira mulher no mundo a ser reconhecida pela FIFA como pioneira na arbitragem do futebol. Como já a tive oportunidade de comentar aqui a minha odisseia, não foi fácil alcançar a minha meta. Como sempre digo, meu slogan é: “Não jogue a toalha antes de subir ao ringue.”

A vitória pertence aos que lutam até chegar ao objetivo. Hoje, vejo que minha luta ser reconhecida na pessoa da Neuza Back, que auxiliará a francesa Stephanie Frappart, que com a mexicana Karen Diaz como segunda auxiliar entrarão em campo para dirigir o jogo entre Alemanha e Costa Rica. Abro um parêntese aqui para dizer que não tenho mágoa contra a Alemanha, mas estarei torcendo para os “Ticos”. Não preciso enfatizar minha emoção ao ver um trio feminino atuando em um jogo de Mundial de Futebol, o evento mais importante do esporte rei. Vivi para ver realizado este sonho, um trio formado por mulheres no mundial e aos que disseram que mulher não tinha capacidade, aí está a prova.

A mulher pode tudo e um pouco mais, enquanto o homem não pode dizer o mesmo. A mulher pode gerar e dar vida a um novo ser e o homem não. E outro pioneirismo, que comprova que quando há luta a vitória chega. A própria FIFA enaltece o fato dizendo: “É um evento histórico”. Esperamos que seja o prenúncio da quebra total das barreiras impostas estupidamente, porque aqueles que se crêem “deuses” e que tudo podem mesmo em prejuízo de outros. O jogo não será fácil, já que vale uma vaga para a segunda etapa da competição. A Alemanha, além de ter que vencer, terá que torcer para que os nipônicos percam para a Espanha. Como esta copa está bastante imprevisível, tudo é possível. Cabe para a Alemanha e os ticos lutarem pelo triunfo e depois ver o resto.

Destacando nossa representante é bom lembrar que a trajetória dela é bastante vitoriosa e está acostumada com o burburinho dos torcedores: Neuza tem presença marcante tanto em jogos da Série A como B dos campeonatos brasileiros. Já atuou em jogos da Copa Brasil e no ano passado trabalhou no Mundial de Clubes, nas Olimpíadas de Tóquio e da Copa Libertadores da América. Minha felicidade é enorme, o que me levará a torcer por uma “jogadora” que terá em suas mãos a bandeirinha de auxiliar. Estou certa que ela mais uma vez honrará as mulheres, que como ela, buscam se firmar num campo machista e egoísta. A MULHER DEVE ESTAR ONDE ELA QUISER E FAZER O QUE A ELA DÁ PRAZER. Para frente sempre, para trás nem para pegar impulso. Informar é um privilégio, informar corretamente é uma obrigação.

Léa Campos


Social Press . 02/12/2022

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