Grande ser humano, amigo, espontâneo, alegre, comunicativo e sempre pronto a ajudar. Astolphi foi um amigo que tive e alguém que me incentivou muito quando fiz o curso de árbitros na F.M.F. em 1967. Devido ao sobrenome, a torcida do galo o taxava de cruzeirense, mas na verdade ele, discretamente, era simpático ao Atlético.
Em 1969 tive o privilégio de conhecê-lo quando foi contratado pela Federação Mineira. José Astolphi nasceu em Birigui, interior de São Paulo, e iniciou sua carreira como jogador de futebol jogando pelo Linense, mas se retirou devido uma lesão no joelho. Nasceu dia 10 de abril de 1930, com a lesão do joelho passou a apitar jogos de basquete em sua terra até 1958 quando iniciou a carreira de árbitro na Liga Araçatubense de Futebol. Dois anos mais tarde começou a apitar pela F.P.F onde ficou até 1968, indo para a Federação Mineira onde ficou de 1969 até 1971. Foi nesta época que nos tornamos amigos. Foi responsável pela criação da primeira Associação de Árbitros no Brasil.
Em 1972 retornou a F.P.F. atendendo ao convite do presidente daquela entidade, José Ermirio de Moraes, para assumir o departamento de Árbitros da Federação Paulista de Futebol. Em 1981 criou o Sindicato dos Árbitros de São Paulo. Como podemos notar, embora pouco comentado, Astolphi foi pioneiro em várias de suas ações em prol dos árbitros do futebol profissional. Ontem José Astolphi se despediu do mundo, levando com ele muito conhecimento vivido e repartido em seus 92 anos de idade. Sua herança são 4 filhos e vários netos e bisnetos que fizeram a diferença em sua vida. Morava em São Paulo e faleceu no Hospital Israelita Albert Einstein. A última vez que estive com Astolphi foi no Mundial 2014 no Brasil, almoçamos juntos, tomamos vinho e ao me deixar no aeroporto, me presenteou com a mascote da Copa, que se antes a guardava com carinho agora com mais razão. Você e seus conhecimentos nos farão muita falta. Descanse em paz Astolphi e que Deus dê a seus filhos, netos e bisnetos o conforto que necessitam.
Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação.
Léa Campos
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