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Com falsas promessas de emprego, trabalhadores são escravizados para aplicar golpes pela internet

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De acordo com a Interpol, milhares de jovens, homens e mulheres, da Ásia, África Oriental, Amércia do Sul e Europa Ocidental são atraídos para trabalhar em campos de cibercriminosos com promessas de empregos na área de informática.

Aqueles que se recusam a seguir as ordens são espancados, torturados ou violados.

Em agosto de 2023, a ONU estimou que mais de 120 mil pessoas em Mianmar e outras 100 mil no Camboja foram forçadas a trabalhar para esses e outros tipos de golpes online, que vão de jogos ilegais a fraudes com criptomoedas.

Um relatório da Interpol do ano passado encontrou centrais de golpes online também no Laos, nas Filipinas, na Malásia, na Tailândia e, em menor grau, no Vietnã.

Um porta-voz da Interpol disse que esta tendência deixou de ser uma questão regional para se tornar uma ameaça à segurança global.

Muitos outros países, além dos citados, também estão envolvidos como centros de fraude, rotas de trânsito ou como lugar de origem das vítimas do tráfico.

No início deste mês, o governo indiano anunciou que tinha resgatado, até o momento, um total de 250 cidadãos que tinham sido traficados para o Camboja. Em março, a China repatriou centenas de cidadãos de centrais de golpes em Mianmar.

Pequim também tem aumentado a pressão sobre o governo militar e os grupos armados de Mianmar para fechar essas centrais.

As autoridades do Sri Lanka têm conhecimento de que pelo menos 56 cidadãos são mantidos em quatro locais diferentes em Mianmar, embora o embaixador do Sri Lanka no país, Janaka Bandara, tenha dito que oito deles foram recentemente resgatados com a ajuda das autoridades locais.

Para quem comanda os campos, existe um fluxo constante de aspirantes a trabalhadores migrantes à disposição.

Todos os anos, centenas de milhares de engenheiros, médicos, enfermeiros e especialistas em TI do Sul da Ásia migram para encontrar trabalho no exterior.

As autoridades tailandesas estão trabalhando com outros países para ajudar a repatriar as vítimas. No entanto, um alto funcionário do Ministério da Justiça tailandês disse que, comparado com o número de pessoas detidas à força nos campos que operam nos países vizinhos, o número resgatado é ínfimo.

“Precisamos fazer mais na comunicação com o mundo, educando as pessoas sobre essas gangues criminosas para que possam se proteger de virarem vítimas”, diz o vice-diretor-geral do Departamento de Investigação Especial (DSI) na Tailândia, Piya Raksakul.

Os traficantes de seres humanos utilizam frequentemente Bangkok como um hub na região, diz ele, porque pessoas de muitos países, incluindo a Índia e o Sri Lanka, podem entrar na Tailândia com um visto emitido na chegada.

“Então, os criminosos aproveitam-se disso e contrabandeiam pessoas para trabalharem para eles”, acrescentou.

Aplicativos falsos exibem informações falsas sobre investimentos e lucros.

Quando os golpistas entendem que tiraram o máximo possível das vítimas, as contas de mensagens e os perfis das redes sociais desaparecem.

É difícil estimar a escala dessa atividade, mas, segundo o Relatório de Crimes na Internet de 2023 do FBI, houve mais de 17 mil queixas de fraudes de confiança ou romance nos EUA, com perdas que totalizaram US$ 652 milhões.


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