Uma prisão realizada pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) em Boston ganhou contornos políticos e midiáticos nesta semana. A brasileira Bruna Caroline Ferreira, que possui um filho com o irmão da atual secretária de imprensa do governo Trump, Karoline Leavitt, foi detida e colocada sob custódia federal, evidenciando as complexidades da política migratória americana, mesmo para aqueles com conexões próximas à Casa Branca.
A detenção ocorreu no dia 12 de novembro. Segundo apurado pelo Brazilian Press, Bruna foi transferida de Massachusetts e encontra-se atualmente reclusa no Centro de Processamento do ICE no Sul da Louisiana, onde aguarda o julgamento que definirá sua possível deportação.
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Disputa de Narrativas
A situação legal de Bruna é objeto de controvérsia entre as autoridades e sua defesa. Um porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS) afirmou que a brasileira reside ilegalmente no país desde 6 de junho de 1999, data em que seu visto de turista B2 teria expirado. Além da questão migratória, o porta-voz alegou que Bruna possui uma “prisão por agressão” em seu histórico, embora não tenha confirmado se houve condenação. O comunicado oficial reforçou a rigidez da atual administração: “Sob o governo do Presidente Trump e da Secretária Noem, todos os indivíduos em situação irregular nos Estados Unidos estão sujeitos à deportação”.
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A defesa da brasileira reage com indignação às acusações. O advogado Todd Pomerleau nega categoricamente a existência de qualquer ficha criminal. “Bruna não tem antecedentes criminais de forma alguma, não sei de onde isso surgiu. Mostre-nos as provas”, desafiou Pomerleau. Ele sustenta que Bruna, que chegou aos EUA ainda na infância (tendo o país como lar desde 1998), manteve status legal através do DACA, programa da era Obama que protege imigrantes indocumentados trazidos quando crianças.
Drama Familiar O caso atinge indiretamente o círculo íntimo da porta-voz de Donald Trump. Bruna teve um relacionamento com Michael Leavitt, irmão de Karoline. O casal tem um filho de 11 anos, Michael Leavitt Junior, que reside com o pai em New Hampshire.
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Em entrevista à rádio WBUR, Michael Leavitt procurou distanciar-se do episódio, revelando que não mantém contato com a ex-companheira há vários anos. “Minha única preocupação sempre foi a segurança, o bem-estar e a privacidade do meu filho”, declarou. Até o momento, nem a secretária de imprensa Karoline Leavitt nem a Casa Branca se manifestaram sobre a prisão.
Mobilização Enquanto o embate jurídico se desenrola, a família de Bruna busca apoio financeiro. Graziela Dos Santos Rodrigues, irmã da detida, organizou uma campanha no site GoFundMe com uma meta de US$ 30 mil para custeios legais. Em menos de uma semana, a iniciativa arrecadou US$ 17,8 mil (cerca de 60% do objetivo).
Graziela fez um apelo emocionado na página da campanha, destacando o impacto da ausência da mãe na vida do filho pré-adolescente. “A ausência de Bruna tem sido especialmente dolorosa para seu filho de 11 anos, Michael Leavitt Junior, que precisa da mãe e espera todos os dias que ela volte para casa a tempo das festas de fim de ano”, escreveu.














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