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Fábrica de Ameaças: PF mira esquema em Ipatinga-MG, que forjava perseguição para legalizar brasileiros nos EUA

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Uma articulação criminosa que transformava mentiras em vistos de permanência foi desmantelada nesta quinta-feira (27) pela Polícia Federal. Batizada de Operação Asylum, a ação expôs um esquema sofisticado no qual migrantes brasileiros utilizavam documentos oficiais falsificados – produzidos com a ajuda de um servidor público corrompido – para enganar as autoridades de imigração dos Estados Unidos.

Diferente do contrabando de migrantes tradicional, que foca apenas na travessia física, este grupo especializou-se na “engenharia jurídica” da imigração ilegal. Segundo as investigações, a quadrilha fabricava boletins de ocorrência (BOs) ideologicamente falsos, relatando ameaças de morte fictícias contra os viajantes.

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O “Kit Asilo” O objetivo da fraude era explorar uma brecha humanitária na legislação norte-americana. Ao apresentarem os BOs forjados na fronteira com o México, os migrantes alegavam estar fugindo de perseguição no Brasil, o que tecnicamente impedia a deportação imediata e permitia que aguardassem o processo de asilo (asylum) em solo americano.

A PF identificou que um contrabandista de pessoas (“coiote”) atuante no Vale do Aço era o elo central do esquema. Ele contava com a participação direta de um agente público para inserir dados falsos nos sistemas de segurança e emitir os documentos fraudulentos. Pelo menos 65 migrantes conseguiram sair do país utilizando esse estratagema.

A origem das provas A Operação Asylum não surgiu do acaso; ela é um desdobramento direto da Operação Trinta Réis, que já investigava a rota de migração ilegal no Vale do Rio Doce. O esquema dos falsos pedidos de refúgio foi descoberto após a perícia no smartphone do principal alvo da operação anterior. As mensagens e arquivos encontrados revelaram a “indústria” de BOs falsos, motivando a Justiça Federal de Governador Valadares a expedir novos mandados.

Saldo da Operação Nesta manhã, agentes federais cumpriram três mandados de busca e apreensão em três cidades estratégicas para a quadrilha: Ipatinga (MG) e Tarumirim (MG): Focos históricos de emigração para os EUA. Novo Repartimento (PA): Possível nova rota ou local de atuação de braços do grupo.

Além da busca por novas provas e instrumentos do crime, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores que ultrapassam R$ 250 mil, visando descapitalizar a organização. Os envolvidos agora enfrentam uma lista pesada de acusações, que inclui promoção de migração ilegal, inserção de dados falsos em sistema de informação, falsidade ideológica e corrupção passiva.


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