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Na fila de deportação: ‘Está abalada, desesperada’, diz irmã de brasileira separada de filho de 11 anos

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Um caso de detenção imigratória nos Estados Unidos ganhou repercussão internacional não apenas pelo drama humano, mas por envolver indiretamente o alto escalão do governo norte-americano. Bruna Caroline Ferreira, brasileira de 33 anos, completa quase três semanas sob custódia das autoridades de imigração, aguardando um processo que pode culminar em sua deportação.

A prisão ocorreu no estado de Massachusetts em circunstâncias que geraram pânico. Segundo apurado pelo Brazilian Press, a abordagem foi realizada no estacionamento da escola onde Bruna buscava o filho, de 11 anos. O advogado de defesa relata que a ação foi conduzida por agentes à paisana, sem identificação oficial visível, o que levou a brasileira a acreditar, inicialmente, que estava sendo vítima de um sequestro.

Após a detenção, teve início uma peregrinação pelo sistema prisional americano: Bruna foi transferida através de quatro estados até ser alocada em um centro de detenção na Louisiana, a milhares de quilômetros de sua antiga residência.

O paradoxo político O caso chama atenção pela proximidade familiar da detida com o centro do poder em Washington. O filho de Bruna é sobrinho de Karoline Leavitt, a atual porta-voz da Casa Branca. Leavitt, conhecida pela defesa ferrenha das políticas de tolerância zero contra a imigração ilegal do governo de Donald Trump, sempre manteve uma presença constante na vida do sobrinho.

Registros familiares mostram a proximidade entre a tia e a criança em diversos momentos, desde eventos esportivos e dias de lazer na praia até visitas ao Salão Oval, onde posaram ao lado do ex-presidente Trump durante o primeiro mandato do republicano, época em que Karoline atuava como assistente de imprensa.

O menino vive atualmente com o pai em New Hampshire, estado vizinho a Massachusetts. O ex-casal mantém a guarda compartilhada e uma relação descrita pela família como amigável.

Impacto emocional e alerta de especialistas A distância e a incerteza têm cobrado um preço alto. Em entrevista ao programa Fantástico, Graziela Ferreira, irmã de Bruna, relatou que mantém contato telefônico quase diário. Segundo ela, Bruna encontra-se profundamente abalada e desesperada, reiterando o desejo único de retornar ao convívio familiar.

Graziela também compartilhou o teor de uma breve conversa com o sobrinho, na qual transmitiu um recado da mãe: pediu que ele continuasse sendo um “bom menino” e prometeu que, em breve, estaria de volta.

Para organizações de defesa dos imigrantes, o trauma gerado por separações abruptas deixa marcas profundas. Renata Bozzetto, vice-presidente de uma ONG atuante nos EUA, analisou o cenário: “Infelizmente, os adolescentes têm muito mais consciência do que está acontecendo. Então é um processo devastador para a família, para a criança e para os pais”.

A defesa de Bruna segue trabalhando para evitar a deportação, enquanto o caso permanece como um retrato complexo das divisões políticas e humanas que atravessam o debate imigratório no país.


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