Roger Costa- Dona de uma voz inconfundível e única, representante da última geração de filhos da MPB, a cantora, compositora e produtora Ana Carolina é responsável por canções que marcaram momentos inesquecíveis na história de muita gente. Canções como “É Isso Aí”, “Quem de Nós Dois”, “Coração Selvagem” e “Rosas” são frequentemente cantadas pelos fãs, em momentos de boas lembranças, romance e complicações do amor. Nascida em Minas Gerais, Ana acabou de completar 41 anos nesta quarta-feira, e está celebrando uma nova fase em sua carreira da qual ela diz que virão muitas “surpresas” nos próximos meses, seguindo o sucesso do lançamento de “Ana Carolina Ao Vivo”. E enquanto prepara-se para apresentar-se na cultuada casa de shows The Town Hall em Times Square em New York City, na próxima quinta-feira, ela contou alguns detalhes sobre o novo show.
>Qual será a roupagem para o tão esperado show em New York?
-O show é baseado no CD/DVD Ao Vivo, porém com algumas modificações por tratar-se de um show fora do Brasil, quero privilegiar as canções de voz e violão, acho que isso é uma dinâmica bacana e importante pra esse show. Obviamente quero cantar também as canções que as pessoas querem ouvir, já estão familiarizadas, quero colocar todo mundo pra cantar junto e relembrar momentos, enquanto passeio por minha carreira. Os Músicos colaboradores Dunga, Leonardo Reis e outros formam a banda que já me acompanha, e temos também um número de pandeiro bastante legal.
> Você integra a última geração que preserva viva a essência da MPB. Como você encara as mudanças musicais que o Brasil vem experimentando nos últimos anos?
*Acho que já passamos por várias fases, axé, funk, sertanejo, e as coisas da moda vão sempre existir, e não tenho nada contra isso, porque o que toca muito é o que o povo pede, temos que respeitar o que o povo quer ouvir. A diferença é a história da MPB. Quem faz MPB tem uma certa felicidade, pois a MPB nunca é uma tendência, nunca entra ou sai da moda, ela apenas permaneçe, ela está sempre viva. Eu admiro muito o trabalho de novos artistas, inclusive do funk, mas tenho certeza de que Chico Buarque, Caetano, Gil, Berthânia e os filhos dessa geração MPB, tenham mais chances de sobreviver às mudanças do mercado, do que as tendências da moda.
>Como andam os investimentos como produtora?
*Eu produzi o disco de uma cantora italiana sensacional, Chiara Civello, que passou um tempo aqui no Brasil pela produtora Armazén e no momento estou paquerando outros estilos e procurando novos talentos, mas é meio complicado estar do outro lado, especialmente com essa letargia dos distribuidores, o medo de correr o risco.
>Como você reagiu ao convite da World Music Institute, para integrar o Festival celebratório a Música em Língua Portuguesa, escolhida para representar a música brasileira?
*É uma grande honra, fico muito feliz e já estou preparando todo o meu aparato com o violão, para eu poder mostrar minhas raízes, minha música de forma artesanal, mostrar esse lado, que defino como a expectativa de ver o “artista nú”, apenas o músico e o violão.
>Como você encara a responsabilidade em trazer música inspiradora para o público brasileiro vivendo em New York?
*Estou tão animada, e minha expectativa parece ser a maior de todas, em olhar no rosto das pessoas, em repartir minha história com os fãs, é incrivel essa responsabilidade. É uma paixão saber que as pessoas se identificam com meu trabalho, que minha música atribui sentido às pessoas, quero proporcionar algo ainda mais verdadeiro, com mais sentimento e mais entrega possível. Estou pronta para fazer um show inesquecível.
(Ana Carolina in concert, próxima Quinta-feira, dia 17 de Setembro às 7:30pm no The Town Hall, Times Square, NYC)
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