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Raiva e irritação: os sintomas da depressão que muitas vezes ignoramos

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Problema de saúde que afeta 350 milhões de pessoas no mundo inteiro, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) – e que o Ministério da Saúde diz afetar 11 milhões de brasileiros, a depressão costuma ser associada a apatia, falta de disposição, cansaço e tristeza. Geralmente, são estas as “pistas” que levam uma pessoa a buscar ajuda profissional.

Mas a raiva e a irritabilidade também podem indicar o problema, afirma o psicanalista Sérgio Máscoli, que trabalha em clínica particular e no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Ele enfatiza que cada pessoa vivencia a depressão de forma distinta, com intensidades particulares para cada um.

“Como a depressão interfere de forma negativa na vida do sujeito, a raiva e a irritabilidade podem ter variações de negatividade na vida dele. Desta forma, seja uma intensidade ‘leve’, ‘moderada’ ou ‘grave’, é necessária uma intervenção psicanalítica para evitar danos mais nocivos.”

Máscoli afirma que uma pessoa com raiva ou irritada por causa de uma depressão pode descontar este desconforto em sua parceria sexual apresentando disfunções sexuais, por exemplo.

Sinais de alerta menos óbvios, a raiva e a irritabilidade costumam ser manifestadas com mais frequência por homens. Eles muitas vezes nem sequer reconhecem a existência da depressão, seja por medo de serem julgados ou por acreditar que suas emoções sejam apenas efeito do estresse e do cansaço.

Mesmo com o passar do tempo e com a quebra de alguns preconceitos, prevalece o pensamento de que um homem não pode sofrer. Muitos tendem a amenizar os sintomas, ou não admitem que estão fragilizados, ou não querem incomodar. Pesquisas feitas por psicólogos nos Estados Unidos mostraram que os homens relutam em falar sobre a depressão e têm mais dificuldade em procurar ajuda profissional.

A trava que impede um homem de se abrir e expor as emoções pode levar a consequências mais graves, como o suicídio. Em alguns países, como o Reino Unido, tirar a própria já é a principal ou uma das principais causas de morte de homens entre 20 e 49 anos.

A prevenção passa pela comunicação da ideia e pela busca de ajuda, mas uma pesquisa da Associação Americana de Ansiedade e Depressão, feita em 2015, mostrou que os homens são mais propensos a ficar em silêncio quando pensam em se automutilar ou se matar.

De acordo com o psicanalista Máscoli, é preciso mudar o paradigma sobre a condição do homem no século 21, onde as guerras são feitas por drones guiados por um soldado do outro lado do mundo.

Atreladas culturalmente a uma ideia de força, a raiva e a irritabilidade dificilmente levam alguém a desconfiar que há algo errado. Mas é preciso estar atento a elas, pois prejudicam outras pessoas e nem sempre o sujeito percebe o mal que está produzindo, explica Máscoli.

“Elas são reações de algum estímulo reprimido. Diria que, talvez, atletas, competidores e investidores possam ser uma exceção.”

O psicanalista reforça que, durante a intervenção, é preciso descobrir a causa do sintoma, em vez de simplesmente aliviá-lo. A ajuda profissional reconhece o sofrimento como existente e não o nega.


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