Em um gesto raro de cooperação entre partidos, o senador Dick Durbin (D-IL), segundo líder dos democratas no Senado, uniu-se ao republicano Rand Paul (R-KY) e outros parlamentares para apresentar a Lei das Crianças da América, que visa proteger mais de 250 mil Dreamers — jovens trazidos legalmente aos EUA como dependentes de imigrantes com vistos de trabalho.
Segundo apurado pela Brazilian Press, a proposta surge diante do colapso burocrático no sistema de green cards, que ameaça o status migratório desses jovens quando completam 21 anos. Muitos vivem nos EUA há décadas, estudam, trabalham e contribuem para a economia, mas correm o risco de perder a autorização de residência por atrasos governamentais.
O nome oficial do projeto é CHILE (Cultivating Hope and Inclusion for Long-term Dependents Elevated and Natively Educated), e prevê um caminho para a cidadania, permitindo que esses jovens regularizem sua situação mesmo após atingirem a maioridade, desde que tenham residência contínua e bons antecedentes.
“Os Dreamers são tão americanos quanto qualquer um de nós”, afirmou Durbin. “São trabalhadores dedicados, patriotas. Não podem ser punidos pelos fracassos do nosso sistema defasado.” Padilla (D-CA), que já foi detido durante protesto contra políticas de deportação, reforçou: “Eles são americanos em tudo, exceto no papel. O problema não é com eles, é com a burocracia.”
A iniciativa conta com apoio bipartidário significativo, incluindo os republicanos Rand Paul, Don Bacon (NE), Brian Fitzpatrick (PA), John Curtis (UT), Lisa Murkowski (AK) e Susan Collins (ME). A deputada Marianette Miller-Meeks destacou que a medida corrige uma falha administrativa, não oferece anistia.
Deborah Ross (D-NC) explicou que, embora a lei atual proteja filhos até os 21 anos, os atrasos nos vistos familiares fazem com que muitos percam o direito antes da aprovação do green card dos pais. Com este projeto, o Congresso tenta avançar em uma pauta humanitária e econômica em meio à polarização. Para milhares de famílias, a esperança agora se chama CHILE — e pode, enfim, virar realidade.
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