O caso da cineasta brasileira Bárbara Marques, detida pela Imigração e Controle de Alfândegas dos Estados Unidos (ICE), ganhou novos contornos nesta semana após o tribunal decidir reabrir seu processo judicial. A decisão impede, por enquanto, sua deportação imediata, mas não a livrou da transferência para um novo centro de detenção, localizado no estado do Arizona, segundo apurado pelo Brazilian Press.
Na terça-feira (30/9), Tucker May, marido norte-americano de Bárbara, fez um apelo emocionado nas redes sociais ao lado da escritora e diretora Nikki Groton, com quem coordena os esforços de defesa jurídica e campanha pública em favor da cineasta. Em publicação no Instagram, o casal solicitou que apoiadores entrassem em contato com congressistas do estado da Louisiana — onde Bárbara estava detida até então — para pressionar por uma revisão urgente do caso.
Segundo Nikki, o reabertura do processo foi um avanço significativo: “Isso significa que, legalmente, ela não pode ser deportada enquanto o juiz analisa as novas evidências”, afirmou. No entanto, apesar da medida protetiva, a deportação havia sido marcada para a quarta-feira seguinte (1º/10), gerando grande preocupação entre familiares e ativistas.
Em atualização divulgada na manhã desta quinta-feira (2/10), Tucker e Nikki confirmaram que Bárbara foi transferida para uma unidade do ICE no Arizona, sem maiores detalhes sobre as condições do local. Na mesma postagem, denunciaram o descaso com a saúde e dignidade da detida: “Ela continua sendo negada o equipamento médico essencial. Dormiu usando os sapatos como travesseiro. Isso não é tratamento humano — é crueldade institucionalizada”, escreveram.
O casal também destacou o papel do apoio coletivo: “Cada passo adiante é graças ao apoio incrível de VOCÊS, prova do poder que temos juntos”. Ao mesmo tempo, alertaram que centenas de pessoas ainda permanecem em centros de detenção no sul da Louisiana sob condições semelhantes, muitas delas sem acesso a cuidados médicos básicos ou representação legal adequada.
Tucker May e Nikki Groton seguem atualizando seus seguidores com frequência no Instagram, compartilhando números de telefone de representantes políticos, orientações sobre como ajudar e relatos diretos da situação de Bárbara. A campanha ganhou tração entre artistas, ativistas de direitos humanos e comunidades brasileiras nos EUA, que exigem justiça e transparência no tratamento de casos de imigrantes vulneráveis. Enquanto o sistema judicial norte-americano analisa o mérito do recurso, a luta por Bárbara Marques se tornou um símbolo da resistência contra práticas consideradas abusivas dentro do sistema de imigração dos Estados Unidos.
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