A recente aprovação da lei Senate Bill 7016 na Flórida, parte da iniciativa “Live Healthy”, promete flexibilizar a entrada no mercado de trabalho norte-americano de médicos, enfermeiros e dentistas formados no exterior e isso inclui brasileiros interessados em imigrar para os Estados Unidos.
De acordo com a nova regra, profissionais formados fora dos Estados Unidos poderão obter licença médica na Flórida desde que cumpram critérios específicos: licença ativa e sem restrições no país de origem, prática clínica nos últimos quatro anos, certificado válido da Educational Commission for Foreign Medical Graduates (ECFMG), bem como ter uma oferta de emprego em tempo integral no estado com compromisso de atuar por pelo menos dois anos.
De acordo com a advogada Luciane Tavares, a Flórida é um dos estados com maior crescimento populacional nos Estados Unidos, o que vem pressionando o sistema de saúde local, que carece de profissionais.
Segundo a advogada, a regra, porém, sinaliza uma tendência mais ampla de flexibilização para profissionais qualificados. “Estados como Flórida e Texas estão se tornando mais abertos à validação de profissionais formados no exterior”, afirma. Ela destaca, porém, que “facilitar não significa que seja fácil”.
Para se candidatar o profissional deve:
Possuir licença de atuação ativa e sem restrições no país de origem;
Possuir oferta de emprego em tempo integral em uma entidade de saúde licenciada na Flórida.
Já ter exercido a Medicina de forma contínua nos quatro anos anteriores à aplicação, com comprovação de residência ou treinamento pós-graduado similar a um programa americano credenciado pelo Accreditation Council for Graduate Medical Education (ACGME);
Inglês fluente comprovado
Com a abertura dessa nova via de licenciamento, cresce a probabilidade de aumento nas solicitações de vistos como H1B (visto de trabalho para profissionais especializados) e até de residência permanente. Profissionais de saúde brasileiros — que tradicionalmente enfrentavam barreiras mais rígidas para atuar nos EUA — agora podem ter uma rota mais clara.
Mesmo com avanços, há alguns pontos importantes. A equivalência de formação, a validação de currículo e a exigência de oferta de emprego em tempo integral significam que o processo permanece seletivo e, principalmente, custoso. Luciane alerta que “a documentação precisa estar em ordem, pois corrigir erros depois é mais difícil do que fazer certo desde o início”.
Além disso, profissionais brasileiros devem considerar os custos de adequação, licenças estaduais e federais, e o ambiente de imigração cada vez mais criterioso nos Estados Unidos, especialmente naquelas áreas que estão mais suscetíveis à automação ou ao uso de inteligência artificial. Profissões que não se qualificarem como à prova de IA, as chamadas “AI-proof”, podem ter menos espaço de imigração qualificada.
Mesmo assim, a lei da Flórida representa uma mudança significativa no panorama da imigração para os Estados Unidos, que vem fechando o certo à imigração de uma forma geral, mas que agora se abre para os profissionais da saúde.













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