O presidente dos EUA, Barack Obama, rejeitou o rótulo de “deportador em chefe”, usado por ativistas e políticos para criticá-lo pela inércia em levar adiante a prometida reforma da imigração e a crescente deportação de imigrantes ilegais para seus países de origem. Ele disse que, pelo contrário, é o “defensor em chefe” de uma política migratória mais justa, mas se disse refém da atual legislação.
“Não posso ignorar essas leis como não posso ignorar nenhuma outra lei. Por isso é importante que o Congresso consiga aprovar uma ampla reforma imigratória este ano”, afirmou.
A defesa veio em um encontro com eleitores latinos no qual Obama pretendia incentivar a inscrição da comunidade de origem hispânica em planos de saúde, na esteira de sua reforma do sistema de saúde americano. Um dos mediadores fez a pergunta sobre o rótulo repetido nos últimos dias pelo presidente do Conselho Nacional de La Raza, principal organização de defesa dos direitos dos imigrantes latinos nos EUA, e pelo deputado democrata Luis Gutierrez.
“Eu sou o defensor em chefe de uma ampla reforma migratória”, disse Obama, salientando que seu governo tirou o foco de imigrantes trazidos para o país quando eram crianças (os chamados dreamers) e passou a priorizar a deportação daqueles envolvidos em atividades criminais em solo americano.
Obama também refutou os comentários de que esteja paralisado pela oposição do Partido Republicano que tem a maioria na Câmara dos Representantes e uma minoria significativa no Senado ao seu projeto de reforma imigratória, defendido desde a posse no ano passado como uma das prioridades de seu segundo mandato. Ele disse que conversou recentemente com o presidente da Câmara, John Boehner, sobre a possibilidade de reintroduzir o projeto na pauta ainda este ano.
Desde 2009, quando Obama tomou posse para o primeiro mandato, os EUA já deportaram 1,9 milhão de pessoas – número recorde para qualquer presidente, inclusive os que completaram oito anos no cargo. No início do ano passado ele apresentou uma proposta de reforma imigratória que incluía um caminho para a legalização dos estimados 11 milhões de imigrantes irregulares atualmente no país, mas o projeto não avançou no Congresso.
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