Embora a lei de reforma da imigração que o Senado introduziu este mês ajudará a sair das sombras alguns dos 11 milhões de pessoas que vivem de forma ilegal nos Estados Unidos, outros milhares deles não se beneficiarão com isso por não cumprirem certas regras.
Entre os excluídos estão aqueles que chegaram depois de 31 de dezembro de 2011, os casais homossexuais em que um dos dois reside legalmente nos Estados Unidos, os irmãos de cidadãos norte-americanos e muitos que foram deportados por várias causas.
Como a rede de imigração do México no momento é quase zero, acredita-se ser relativamente pequeno o número de pessoas que entraram no país a partir de janeiro de 2012, possivelmente algumas centenas de milhares.
Até agora, os defensores da imigração têm demonstrado uma vontade limitada para lutar para que o benefício seja estendido, enquanto se preparam para uma dura batalha no Congresso.
Algumas pessoas apontam para outras medidas na legislação, tais como a pessoa ter que esperar um período de 13 anos para obter a cidadania, o que consideram muito tempo e a aprovação de um orçamento de $4.500 milhões de dólares para aumentar a segurança na fronteira.
“O projeto de reforma da imigração não vai incluir a todos”, disse Laura Lichter, presidente da American Immigration Lawyers Association dos EUA. “Ele não é perfeito.É apenas bom”, disse ela.
Peter Nunez, que apoia as políticas restritivas e é presidente do Centro de Estudos sobre Imigração em Washington, deu uma nota entre oito e nove ao projeto em uma escala de 1 a 10, sendo que 10 representa o mais inclusivo.
Nunez criticou uma medida que permite que as pessoas deportadas que estavam ilegalmente no país e que não têm registros criminais possam voltar se tiverem esposas ou filhos nascidos nos Estados Unidos, para contribuir para o reagrupamento familiar.
O governo desqualifica para aplicações quem tem condenação por dirigir embriagado, por violência doméstica, tráfico de drogas e outros crimes. O projeto do Senado prevê que podem candidatar-se a licenças de trabalho quem acumular três contravenções ou um crime leve.
As deportações somaram 400.000 no ano fiscal de 2012, mais do que o dobro nos sete anos anteriores, os mexicanos afetados foram enviados para as cidades de fronteira como Tijuana, onde muitas vezes têm dificuldade em encontrar trabalho e cerca de 10% dos deportados falam pouco ou nenhum espanhol, como Salvador Herrera IV, 28, que foi trazido para os Estados Unidos quando tinha dois anos no banco de trás de um carro e cresceu patinando e jogando basquete em Long Beach. Ele foi condenado por roubo de veículo e assim fica excluído da legalização.
Não esquecer que a proposta prevê um prazo de dez anos para a legalização e mais três para a cidadania, pagamento de multa de $2.000 dólares, pagar ou demonstrar que pagam impostos em dia, submeter-se a verificação de antecedentes criminais e de domicílio.
É evidente que os Estados Unidos tem de escolher muito bem a quem vão proporcionar o Visto. Não é possível, por exemplo, dar o Visto a um Batisti, como aconteceu no Brasil. Para obter o Visto, tem de ter comportamento exemplar.