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Julgamento individual anima família de gaúcha presa na Espanha

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A defesa de Bruna Frasson se mostrou otimista com o resultado do primeiro dia de audiência. Graças ao acordo parcial entre os advogados dos acusados e a promotora, Bruna passa a ser julgada individualmente. O acordo foi possível, entre outras coisas, porque todos os acusados eram réus primários. O julgamento individualizado de Bruna era uma das reivindicações da família.

gaucha presa espanha

— Penso que o resultado foi bem satisfatório, mas a desvinculação (de Bruna deste caso) já poderia ter ocorrido em julho do ano passado, quando houve a confissão diante do juiz de quem colocou a droga dentro da mochila da minha filha sem que ela soubesse. Nesse momento, os juízes tinham a obrigação de individualizar a causa dela. Na prática, agora temos o julgamento individualizado, avalia o pai de Bruna.

Alexandre Ribeiro Frasson, gerente de operações de uma empresa do Vale do Rio dos Sinos, acompanhou de perto o julgamento da filha. Sentado atrás de Bruna na sala, ele pode falar cara a cara com a filha durante aproximadamente 10 minutos, após a declaração do consenso e a saída dos demais indiciados.

Bruna manteve a tranquilidade durante toda a audiência. Sentada ao lado do ex-namorado, Harlei P., ela confirmou que não sabia que levava a droga até o momento em que começou a esvaziar a mochila no controle policial. Também reafirmou que, no momento em que foram presos, ela não sabia do envolvimento dele com tráfico de drogas.

— Soube que ele disse que colocou a droga na minha mochila pela sua declaração (durante a instrução do processo) — reiterou.

Ela lembrou o que ambos trabalhavam 15 horas no Navio Costa Victoria, ela como garçonete e ele como cozinheiro, e que suas folgas não coincidiam. O plano deles era passar um dia de folga juntos em Barcelona.

Pai trabalha na criação de uma associação de vítimas de cruzeiros

Alexandre segue dia a dia o caso da filha desde abril de 2012, quando soube de sua prisão. Contratou um advogado privado logo que constatou a ineficácia do advogado de ofício designado para acompanhar Bruna, em maio de 2012. Em junho deste ano, ele decidiu tornar a causa da filha pública, com o consentimento dela. Além de lutar pela liberdade da filha, ele quer denunciar a situação de violação de direitos e crimes que acontecem nos navios de cruzeiro.

— Bruna estava cumprindo seu primeiro contrato (na armada italiana Costa Crociere). Seu namorado, um namorado casual que ela conheceu dentro do navio, era um veterano em navios de cruzeiros, como ele mesmo declarou. Bruna era uma presa fácil para quem tinha intenções ilícitas, acredita Alexandre.

Alexandre mobilizou políticos e familiares de outras vítimas da exploração e violência em navios de cruzeiros, criou uma campanha pela liberdade de Bruna no portal Avaaz.org e conseguiu que se realizassem 6 audiências entre a diplomacia brasileira e espanhola em torno do caso. Graças a uma Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores de Canoas, conseguiu a participação da Comissão de Direitos Humanos da AL do RS e da Secretaria de Estado no julgamento de Bruna.

Na sua volta ao Brasil, participará em uma Audiência Pública no Senado Federal ao lado das outras famílias de vítimas de cruzeiros. Estão organizando uma associação de defesa, seguindo o exemplo norte-americano da ICV, International Cruise Victims. O objetivo, além da denúncia de casos similares ao da sua filha, é conseguir a aprovação de uma lei que permita julgar situações ocorridas no interior de navios atracados na costa Brasileira. O único país com uma lei que permite julgar crimes cometidos dentro de navios de cruzeiros são os Estados Unidos.


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