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Perto da divisa, sul-coreanos lidam com ameaça de guerra

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coreia fronteira

Quando Lee Jae-eun foi buscar as filhas gêmeas na creche e as colocou no carrinho de bebê com dois assentos, mal olhou para o helicóptero militar Blackhawk que pairava sobre a família, pouco acima dos arranha-céus.

Até mesmo em tempos de paz, é comum ver aeronaves militares voando baixo nessa comunidade residencial próxima da divisa fortificada que separa o sul capitalista do norte comunista. Contudo, estes não são tempos tranquilos e o ronco dos helicópteros serve para lembrar das tensões causadas pelas novas ameaças de guerra da Coreia do Norte.

Ainda assim, a dona de casa de 34 anos afirmou que a população se conformou em viver sob o risco constante e as ameaças ocasionais do vizinho belicoso mais ao norte. — Claro, sempre ficamos ligados no próximo perigo. Mas viver aqui faz a gente ficar acostumada. Não tem tanta importância — afirmou, segurando uma das gêmeas de um ano e cercada por outras mães que buscavam os filhos na creche.

Nos últimos meses, o norte superarmado do jovem líder de rosto rechonchudo Kim Jong Un ameaçou a Coreia do Sul e os Estados Unidos com um ataque nuclear, declarando o “estado de guerra” na península coreana. Negando-se a aceitar provocações, a presidente recém-eleita, Park Geun-hye, a primeira da Coreia do Sul, ordenou que os generais reajam caso sejam provocados.

Apesar do ritmo constante das ameaças, a vida continua na maior parte da Coreia do Sul, a potência industrial que renasceu das cinzas da Guerra da Coreia, ocorrida entre 1950-53, tornando-se uma das histórias de sucesso econômico da Ásia. Em nenhum lugar as pessoas estão tão determinadas a manter o arduamente conquistado padrão de vida de classe média quanto em Munsan, um subúrbio distante da capital sul-coreana Seul, próximo à fronteira: a zona desmilitarizada, que demarca o local onde as batalhas foram interrompidas há 60 anos.

Munsan já foi uma série de vilarejos rurais conhecidos por suas saborosas enguias, mas se transformou em um subúrbio que cresceu rapidamente, ganhando prédios altos e lojas iluminadas há uma década, durante a era de reaproximação política com o norte, quando o valor dos imóveis cresceu drasticamente no sul. Mais recentemente, o desenvolvimento perdeu ímpeto, desde que a crise financeira internacional atingiu a economia exportadora do sul e novas tensões com o norte afastaram possíveis compradores.

Algumas das 47 mil pessoas que vivem aqui afirmam que aprenderam a aceitar a presença constante dos helicópteros ao lado de suas janelas, além das filas de tanques que às vezes fecham as ruas durante exercícios de treinamento, levando alunos a se atrasarem para a escola. As pessoas dizem que também aprenderam a ignorar os bunkers de concreto e as torres de guarda ao longo da estrada que usam todas as manhãs quando vão a Seul, 56 quilômetros ao sul.


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