Nos estertores dos anos 60 e primórdios dos 70, a nação brasileira estava sob o olhar e o comando dos coturnos nervosos, muitos deles ensandecidos com o poder exercido com baionetas caladas. Os jovens, segundo Vandré, “caminhavam seguindo a canção, de braços dados ou não”. Os garotos da minha geração, por todo o Brasil, tinham um encontro marcado nas tardes de domingo nas portas dos cinemas, para verem a matinê, nome com influência da missão francesa, que em nosso país deixou certos hábitos.
Apesar do nome francês, não passava de uma mera sessão da tarde, num cinema qualquer e assim, eu e uma molecada (naquele tempo galera não existia no vocábulo popular do nosso povo), nos reuníamos na porta do Cine República, na famosa rua Dom Pedro II, no centro da cidade de Guarulhos na Grande SP. Como de praxe, antes da sessão tinha o momento troca- troca… Calma, mentes poluídas, eu explico, era para trocarem figurinhas e gibis já lidos… Leitores com mentes pervertidas… rs rs rs rs . Dentre os gibis: Zorro com capa e espada, e o da bala de prata com o fiel amigo Tonto, aiôooooooooo Silver, que na realidade em inglês o nome é “the lone ranger”, algo como o delegado solitário, mas como acontece com os filmes traduzidos, aqui distorcem tudo, na telona da ficção, garotos como eu vibravam com as aventuras de Django, gringo mata, não perdoa, a morte anda a cavalo, Sete homens e um Destino… por aí, seguíamos. Na TV, João e os irmãos coragem lutavam por justiça na pequena Coroado Televisiva.
Nas ruas de São Paulo e do Brasil, assim como hoje, marchavam indecisos cordões. Nos campos e nas cidades nas palafitas, casebres de taipas, trapiches, barracos e nas grandes plantações, assim como hoje, século 21, novembro de 2013. Passados 42 anos, ainda temos fome nas grandes plantações, hoje parte destes cordões não creem que as flores vencerão os canhões, não temos canhões para derrotar. Infelizmente, contamos com a bomba atômica da corrupção, da safadeza na coisa pública e privada. Há ladrão e corruptos em todo canto, de terno, sem terno, com e sem farda.
Em pleno século 21, estamos vendo ao vivo e em cores, em rede nacional, cenas típicas do faroeste americano, que em inglês significa: far = longe, West, óbvio, oeste mesmo. Um oeste, longe na ficção e bem próximo da nossa realidade, com uma grande diferença, os ladrões, pistoleiros dos filmes não eram adolescentes, eram todos maiores, até mesmo o “Billy the kid”, que de criança só tinha a cara, os Jesse James da realidade, explodem bancos, sitiam cidades, roubam as diligências modernas, os ônibus que cruzam nossas, estradas, ruas e avenidas. A culpa, pasmem senhores, não é da polícia mal preparada, mal paga, sucateada, vejam as recentes cenas de polícia x polícia em Belo Horizonte capital das Minas Gerais, uai que trem feio sô, no Sudeste dos sonhos dourados e em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul maravilha, bah tchê – que fiasqueira guri.
Pois bem amigos leitores, há soldados armados ou não, mas estamos todos perdidos… uns morrendo pela pátria, outros vivendo sem razão; uns lutando pela vida, o pão de cada dia, outros com os lucros do mensalão. Mas fazendo um “mea culpa”, nós todos temos uma parcela dela, neste epidêmico latifúndio da violência, na República Federativa “homicida” do Brasil, os números são de guerra, Afeganistão, Paquistão e outros ão mundo afora. O que fizemos há 50, 40, 30 anos atrás???? Pare, pense, responda… estes adolescentes são nossos filhos, até netos, todos temos um pouco de culpa, neste quadro de violência atual, criamos errado, votamos errado e seguimos errando.
Segundo o grande líder negro Martin Luther King: “o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”; pior do que a violência de poucos é a covardia da maioria silenciosa. Assim como a campanha para acabar com a saúva no Brasil, nos anos 60: “ou acabamos com a saúva ou ela acaba com o Brasil” – mudemos o slogan: “ou acabamos com a corrupção, combustível mor da violência ou ambas acabam conosco, o povo brasileiro. De Aquiraz, a primeira capital do Ceará, para o mundo. Francisco Sampa… Isso é bem pernambucano… Rs rs rs rs sampraço amigos, olha a bala! bang bang bang…
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