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Extração de água subterrânea faz cidades costeiras ‘afundarem’

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sateliteEm algumas partes da Terra, o solo vem sofrendo com um ‘afundamento’ que ocorre num ritmo 10 vezes superior ao da elevação dos níveis do mar. As causas, no entanto, são comuns: a ação do homem.

Em Tóquio, por exemplo, décadas e décadas de extração de água subterrânea fez com que a cidade “descesse” dois metros antes da prática ser interrompida. Segundo pesquisadores da União Europeia de Geociências, outras cidades precisam seguir urgente o mesmo exemplo, informa a BBC News.

Gilles Erkens, cientista do Instituto de Pesquisa Deltares, em Utrecht, na Holanda, aponta que partes das cidades asiáticas de Jacarta, Ho Chi Minh, Bangkok – e vários outros assentamentos urbanos costeiros – podem afundar abaixo do nível do mar.

– O afundamento de terras e o aumento do nível do mar estão acontecendo. Ambos têm contribuindo para o mesmo problema: maiores e mais longas inundações e maior quantidade de enchentes – disse Erkens à BBC News.

O pesquisador sugere que a solução mais rigorosa e eficiente é por fim ao bombeamento de água potável subterrânea.

– É claro que é preciso achar uma nova fonte de água. Mas, Tóquio e Veneza tomaram essa decisão e o problema parou – avaliou o cientista.

A famosa cidade italiana, que fica no Nordeste do país, experimentou um grande afundamento no século passado devido à extração constante de água abaixo do solo. Quando isso foi interrompido, estudos posteriores indicaram que o problema cessou.

Uma grande pesquisa feita pelo cientista Pietro Teatini, da Universidade de Padova, na Itália, indica que casos significativos de afundamento agora estão restritos a locais específicos.

– Quando alguns prédios forem restaurados, a terra pode descer até cinco milímetros em um ano, dependendo do tipo de compactação de solos sob os edifícios – aponta.

Como todas as cidades, Veneza também tem que lidar com o “afundamento” natural. Processos geológicos de grande escala estão pressionando o terreno sobre o qual a cidade está localizada. Isto, em si, é provavelmente responsável pelo abaixamento de cerca de um milímetro por ano.

– No entanto, em geral, a ação humana tem uma magnitude maior do que as ações naturais – avalia o pesquisador.

Os cientistas têm agora uma ferramenta muito poderosa para avaliar estas questões. Trata-se do radar interferométrico de abertura sintética. Através da sobreposição de imagens de satélite é possível discernir deformações milimétricas do solo. Arquivos apontam registros desde a década de 90, permitindo uma série de análises.

Além disso, a Agência Espacial Europeia acaba de lançar o satélite/radar “Sentinel- 1-A”, que é considerado uma bênção para este tipo de estudo.


Agenda Cultural By Roger Costa . 01/05/2014

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