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Ações contra imigrantes elevam insegurança no Texas

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Suspected Human Smuggling Houston

Até pouco tempo atrás, a Patrulha de Fronteira dos EUA era a única agência de aplicação da lei a monitorar os campos de alfarroba e as plantações de cana ao longo do Rio Grande, que separa o estado norte-americano do Texas do México. O maior desafio para um patrulheiro era distinguir entre um imigrante ilegal exausto e uma ameaça.

Agora, os matagais da fronteira estão fervilhando com centenas de guardas da Polícia Estadual do Texas, soldados da Guarda Nacional (a reserva das Forças Armadas, controlada pelos governadores) e civis ligados a milícias, todos fortemente armados e frequentemente vestindo roupas camufladas.

Desde que a imigração ilegal deu um salto no vale do Rio Grande, nos últimos meses, a Patrulha de Fronteira despachou mais agentes para a região, o Departamento de Segurança Pública do Texas enviou mais policiais e o governador Rick Perry (do Partido Republicano) deslocou pelo menos mil soldados da Guarda Nacional. Funcionários do governo se recusaram a dar números exatos, mas o Texas está gastando US$ 1,3 milhão por semana com a presença da Polícia Estadual e US$ 12 milhões por mês com o envio da Guarda Nacional.

A comunicação entre os muitos agentes armados é fragmentada e, depois de um incidente de “fogo amigo” envolvendo um membro de uma milícia, a Patrulha de Fronteira pediu na última semana, que a imposição da lei seja deixada para os profissionais. Enquanto isso, nas comunidades fronteiriças, alguns moradores temem que a presença mais intensa de forças de segurança seja mais uma ameaça do que uma ajuda.

A comunicação entre as diferentes entidades oficiais de imposição da lei já é difícil. Os agentes de diferentes órgãos usam equipamentos de rádio diferentes, o que complica a comunicação direta entre eles. Representantes dos diversos órgãos ficam sentados lado a lado 24 horas por dia em um centro de comando, para evitar surpresas – “desconflitando”, no jargão policial. Cada turno de agentes da Patrulha de Fronteira é informado sobre a presença e as atividades das outras entidades antes de sair a campo.

A presença de milícias formadas por um número desconhecido de civis armados, que se juntaram ao patrulhamento da fronteira por temerem a “ameaça” dos imigrantes que vêm do México, complica ainda mais os esforços dos órgãos oficiais.

“Às vezes pode ser perigoso, porque temos toda essa gente correndo ao longo da fronteira. Há membros dos cartéis do narcotráfico que usam armas automáticas e vestem uniformes camuflados, e há outros que podem estar sob os auspícios de algum outro grupo, se parecem muito, e não temos ideia de quem são. Meu medo é que essas coisas acabem se chocando e que o resultado, eventualmente, seja muito ruim”, disse o chefe da Patrulha de Fronteira em Rio Grande City, Kevin Oaks.

Isso quase aconteceu em 29 de agosto, quando um agente da Patrulha de Fronteira perseguia um grupo de imigrantes perto de Rio Grande, a leste de Brownsville e encontrou atrás dele, um homem à paisana com um fuzil nas mãos. O patrulheiro disparou vários tiros, mas não atingiu o homem – que também fazia uma patrulha como parte de uma milícia.

A presença da Guarda Nacional mal é notada pelos moradores da área. Os soldados circulam principalmente entre seus hotéis e os pontos de observação da fronteira. Os agentes da Polícia Estadual, que circulam em seus carros brancos e pretos, são mais visíveis.

Em uma noite recente, 15 agentes da Polícia Estadual puderam ser vistos dirigindo seus carros de uma ponta à outra de Rio Grande City. Eles estavam entre as 31 unidades espalhadas em uma faixa de 56 km da rodovia da fronteira entre Escobares e Penitas.

Mas o aumento de agentes armados deixou nervosos alguns moradores, ainda que eles estejam acostumados a viver em uma região normalmente cheia de agentes da lei. Na última quinta-feira, cerca de 50 moradores se reuniram nos escritórios da organização de apoio a sindicatos La Unión del Pueblo Entero. Uma mulher perguntou aos presentes quantos deles estavam preocupados com as patrulhas mais frequentes do Departamento de Segurança Pública, quase todos levantaram as mãos.

O prefeito Villarreal admite que alguns de seus eleitores ficaram nervosos com o aumento da “segurança” e adverte os visitantes a respeitarem os limites de velocidade, ainda que os guardas rodoviários frequentemente encontrem outros motivos, como vidros escurecidos, para deter carros.

 


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