A tatuagem do globo ocular está ganhando força na Austrália, apesar de profissionais médicos advertirem frequentemente que a prática pode causar cegueira e câncer. Pelo menos 20 australianos cobriram permanentemente suas escleras, a área branca ao redor da íris.
A prática foi criada pela norte-americana especialista em modificação corporal chamada Luna Cobra. “Eu acho que está apenas se tornando uma tendência entre as pessoas que só querem ser superextremas. Mas a preocupação é que elas estão apenas começando a fazer com qualquer um, ou por eles mesmos”, disse ela para a News Corp.
Luna foi inspirada por um amigo designer, que usou efeitos de Photoshop em seus olhos em uma imagem. Assim, sua prática envolve a injeção de tinta diretamente no globo ocular, que se espalha, colorindo a parte branca do olho.
Este tipo de modificação corporal ganhou fama em 2012, quando o prisioneiro norte-americano Jason Barnum enfrentou um tribunal do Alasca com um globo ocular totalmente enegrecido. Desde então a popularização da tatuagem cresceu.
Kylie Garth, que recentemente teve seus olhos tatuados com tinta azul-bebê por Luna Cobra, disse que a prática era indolor, mas causava uma sensação terrível. Porém, as maiores preocupações são os danos que ela pode causar.
Segundo Luke Arundel, oftalmologista da Clínica de Optometria da Austrália, correr o risco de perder o emprego por conta da alteração – em empresas mais tradicionais – é o menor dos problemas, neste caso. “A prática pode colocar as pessoas em risco de dor, infecção, inflamação e cegueira. Estes riscos por um procedimento puramente cosmético fizeram ele ser proibido em alguns estados dos EUA e em outros países. O processo não é como uma tatuagem convencional, pois como relativamente novo, não há qualquer garantia de que os casos que já existem estão bem”, disse ele.
Segundo o especialista, muitos cirurgiões especulam que os problemas a longo prazo podem incluir inflamação granulomatosa e alterações cancerígenas. Arundel ainda revelou que várias complicações decorrentes de procedimentos realizados no exterior foram relatadas, geralmente por um erro ao injetar tinta em um órgão tão delicado como o olho.
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